Após a revitalização conduzida por uma família francesa radicada no Rio de Janeiro, um casarão da década
de 1930 transformou-se na Villa Paranaguá: mais que uma pousada butique com spa, um verdadeiro refúgio urbano

Villa Paranaguá_foto Fran Parente_Casa Vogue_outubro
Fotos em alta: https://drive.google.com/drive/folders/1B8FN9hTvC8KNBQ5Gsp2NsK1USQJvBdVW

A entrada é quase imperceptível. Apenas uma placa pequena, com o nome do estabelecimento e a ilustração de um abacaxi estilizado, sinaliza o portão azul de ferro que se abre para o casarão escondido em uma ladeira do bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro. A escolha de um endereço discreto, mas repleto de história, não se deu à toa. Há sete anos, o casal de franceses Marie e Pierre Beuscher buscava uma construção com personalidade, terreno amplo e potencial de virar uma maison d´hote - tipo de alojamento comum na França, misto de lar e hospedaria, onde os donos se ocupam de cada pormenor da estadia.

Para eles, o pouso carioca, mais do que um investimento, representava a oportunidade de serem anfitriões em um lugar quente, ensolarado e configurado com o conforto e o design que tanto apreciam. "Moramos muito tempo em Paris, depois nos mudamos para a região de Biarritz, e a cada tanto íamos trocando de casa, sempre reformando e vendendo. Somos apaixonados por arte e arquitetura, e queríamos experimentar a sensação de receber aqui pessoas que compartilham desse mesmo olhar", explica Pierre, que, aos 69 anos, ainda passa os dias envolvido com a conservação da Villa Paranaguá.

Para colocar a empreitada de pé, foram necessários cinco anos. Pierre cuidou do planejamento geral e da execução da marcenaria junto com o filho, Joachim, que se transferiu para o Rio em 2013, logo após a compra do imóvel. Tanto tempo de obra se justifica: o sobrado de 1932 se encontrava em péssimo estado. Anteriormente, funcionou ali uma residência de estudantes, conhecida como Mansão dos Arquitetos.

A coleção de móveis foi, em sua maioria, resultado de uma peregrinação em busca de peças de design brasileiro da década de 1960, todas restauradas com capricho, ao lado de sofás da B&B Italia, a chaise-longue assinada por Le Corbusier e Charlotte Perriand e as cadeiras do americano Warren Platner.

O foco atual dos Beuscher é promover eventos pocket - sem incomodar os hóspedes, obviamente. Uma sala independente e voltada para a paisagem está em preparação para receber grupos de encontros corporativos, mini casamentos e festas. E os planos não param: em breve, pretendem reeditar o teatro caseiro que existiu ali sob o comando da atriz Tônia Carrero (1922-2018), ilustre habitante do local nos anos 1970. Havia fotos da montagem original e um artista amigo reconheceu a casa. "Muito inspirador saber desse passado e ficamos animados para retomar sua vocação artística. As possibilidades aqui são infinitas", conclui Joachim. O futuro da Villa Paranaguá está só começando.



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Revista Casa Vogue | Edição de outubro



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