Esta foi a primeira vez que um presidente brasileiro participou do encontro. Visita ocorre a convite da Presidência do bloco, atualmente exercida pela Malásia. Timor Leste oficializou a sua entrada na ASEAN durante a abertura da Cúpula

 

Presidente Lula durante a cerimônia de abertura da 47ª Cúpula da ASEAN, em Kuala Lumpur, Malásia - Foto: Ricardo Stuckert / PR

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou neste domingo, 26 de outubro, da abertura da 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Kuala Lumpur, na Malásia. Esta é a primeira vez que um chefe de Estado brasileiro faz parte da Cúpula.
 

A visita ocorre a convite da Presidência do bloco, atualmente exercida pela Malásia. Assim como os demais representantes de países convidados, Lula não discursou durante a cerimônia de abertura. Em publicação nas redes sociais, o presidente agradeceu a honra do convite, e destacou o crescimento comercial entre o Brasil e o bloco de países.
 

“Estar aqui é reafirmar a importância das relações do Brasil com o Sudeste Asiático. O comércio entre o Brasil e os países da ASEAN superou 37 bilhões de dólares em 2024. O bloco é hoje o quinto maior parceiro comercial brasileiro e foi responsável por 20% do nosso superávit no ano passado”, afirmou Lula em suas redes sociais.

Lula acrescentou que as relações entre o país e o bloco são cada vez mais próximas, e que o Brasil tem interesse em estreitar ainda mais esses vínculos.
 

“O convite para participar desta Cúpula é o reconhecimento da crescente aproximação do Brasil com a região e do nosso interesse comum em aprofundar laços de cooperação, comércio e desenvolvimento”, disse o presidente brasileiro.
 

A ASEAN é um bloco econômico integrado por Brunei, Camboja, Cingapura, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Tailândia, Vietnã e, desde este domingo, Timor Leste. O país lusófono oficializou a sua entrada no bloco durante a abertura da Cúpula.
 

Na quinta e na sexta-feira (23 e 24/10), Lula esteve na Indonésia para visita de Estado e encontro com empresários. No sábado (25/10), o presidente brasileiro teve reunião bilateral com o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, em Putrajaya, onde fica a sede de governo e a residência oficial do governo malasiano.

Na ocasião, Lula afirmou que a visita marca um novo momento nas relações bilaterais, com foco no fortalecimento de parcerias em áreas estratégicas, como tecnologia e inovação, incluindo semicondutores.
 

Foram firmados sete instrumentos de cooperação, entre eles memorandos de entendimento nas áreas de semicondutores, ciência e inovação tecnológica, pesquisa espacial e agricultura sustentável, além de acordos entre instituições de formação diplomática e centros de pesquisa dos dois países. Também foram abertos seis novos mercados para produtos brasileiros.
 

ENCONTRO COM INFANTINO – Na sede da ASEAN neste domingo, o presidente Lula recebeu o presidente da Fifa, Gianni Infantino, para uma breve conversa. Lula convidou Infantino para participar da solenidade de lançamento da Universidade do Esporte no Brasil, que acontecerá neste ano.
 

“Pretendo convidar dirigentes de outras entidades esportivas internacionais para o evento, porque queremos trocar experiências e conhecimento na área. Fiquei feliz com o entusiasmo de Infantino com a proposta da universidade e a disposição de fortalecimento de parceria com a FIFA. Obviamente que aproveitamos a oportunidade para conversar um pouco sobre o futebol no Brasil e na Itália. Numa semana de comemoração do hexacampeonato da Libertadores pelas brabas do Corinthians”, afirmou Lula.
 

COMÉRCIO BILATERAL – A Malásia é um dos principais parceiros do Brasil na Ásia, com intercâmbio crescente em áreas de tecnologia e energia. O comércio bilateral somou US$ 487,2 milhões em setembro de 2025, sendo US$ 346,4 milhões em exportações brasileiras e US$ 140,9 milhões em importações. Em 2024, o fluxo total chegou a US$ 5,8 bilhões, com aumento de 5,9% em relação ao ano anterior e superávit brasileiro de US$ 2,7 bilhões. Os principais produtos exportados foram minério de ferro (37%) e óleos brutos de petróleo (28%), volume superior ao das exportações brasileiras para países europeus como França, Itália, Portugal e Reino Unido