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O que falta para o Rio de Janeiro ser o maior polo de inovação da América Latina?

A capital fluminense pode atrair ainda mais investimentos e reforçar seu reconhecimento como polo de tecnologia e inovação se investir em soluções para cidades inteligentes

 

*Por Eduardo Vargas, Business Development Manager da Graymatics para o Brasil

Foto: divulgação

Nos últimos anos, temos visto um crescimento cada vez maior da ‘cidade maravilhosa’ que, se antes era conhecida apenas como um polo turístico, começa a ser reconhecida como um grande polo de inovação, tecnologia e empreendedorismo. O movimento ficou mais claro em janeiro de 2022, quando aconteceu o primeiro Rio Innovation Week, evento que reuniu mais de 70 mil pessoas no final do ano passado em sua segunda edição, basicamente todo o ecossistema de startups e corporações que investem em tecnologia.
 

Mais ou menos ao mesmo tempo, o Massachusetts Institute of Technology (MIT) junto com cinco atores - governo, universidade, corporações, startups e investidores de risco - criou a iniciativa MIT Reap que tem uma meta ambiciosa, mas bem possível, de tornar o Rio o “Vale do Silício” da Energia e Sustentabilidade.
 

No mês passado o Governo do estado do Rio de Janeiro lançou o primeiro hub tecnológico da economia do mar na América Latina. Por meio da Secretaria do Ambiente e Sustentabilidade, serão investidos R$ 14 milhões em projetos de sustentabilidade ambiental, uma iniciativa em parceria com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e que pretende regulamentar e implementar um hub de startups com soluções para os desafios ambientais do estado.
 

Neste mês, o Rio recebeu o famoso Web Summit, nada menos que o maior evento de tecnologia do mundo. O evento, que reuniu mais de 21 mil participantes, deve movimentar na cidade R$ 1,2 bilhão pelo cálculo da prefeitura do Rio, que também vem anunciando fundos de investimentos e incentivos à inovação.
 

Segundo o prefeito Eduardo Paes, o festival de inovação faz parte de um plano mais ambicioso, o de transformar o Rio no principal hub de inovação da América Latina. O Rio tem oferecido incentivos fiscais, menos burocracia para os negócios e formação de mão de obra qualificada – 5 mil programadores devem ser capacitados este ano através de um projeto da prefeitura. Mas será que isso é suficiente para que o Rio seja este polo de inovação?
 

O caminho é muito bom, mas ainda falta um pouco de segurança para que todos realmente queiram estar no Rio. E a tecnologia pode ajudar com isso, o caminho é transformar o Rio numa verdadeira Cidade Inteligente, com uso de câmeras CCTV e Inteligência Artificial para gerar dados vai oferecer esta pequena ponta que falta.
 

Além de melhorar a qualidade de vida dos munícipes, as soluções tecnológicas certamente têm um grande potencial de aumentar a atratividade local - tanto para visitantes quanto para investidores, assim como acontece com Curitiba, no Sul do Brasil. É comum vermos reportagens falando sobre os altos índices de desenvolvimento dessa cidade e não é raro encontrar pessoas que já foram ou gostariam de ir até lá justamente para ter contato com todos os recursos modernos e diferenciados presentes no cotidiano de quem mora ali.
 

Trazendo essa perspectiva para o contexto do Rio, sabemos que um terço dos prejuízos vistos no comércio e no turismo locais foram causados pela violência, que também reduziu a geração de emprego e acarretou em um prejuízo de mais de R$ 150 milhões por causa da criminalidade, de acordo com um estudo feito pela Confederação Nacional do Comércio.
 

Não parece controverso? Como uma cidade que está se tornando uma referência nacional em geração de valor e oportunidades de crescimento profissional, protagonizando eventos de grande porte no B2B e se posicionando como um lugar de fomento à criatividade pode se desenvolver se a falta de controle dos problemas sociais ainda exerce um impacto tão profundo no dia a dia?
 

Agora, imagine câmeras espalhadas pelos bairros cariocas com um sistema de monitoramento de imagens em tempo real que utiliza inteligência artificial, big data analytics e machine learning para identificar situações violentas nas ruas, descumprimento das leis de trânsito e controle de quantidade de pessoas e veículos circulando pelas áreas.
 

Seria muito mais fácil para a polícia atender aos chamados se, ao invés de ter que esperar até a vítima ou alguma testemunha ligar para o 190, o próprio sistema acionasse as autoridades de forma automática ao identificar o perigo. Até mesmo os atendimentos das ambulâncias e ações do departamento de trânsito poderiam ser acelerados e otimizados com o uso da IA instalada em câmeras, avisando sobre tudo o que acontece (e em tempo real!).
 

Para mim, é só isso que falta para o Rio chegar onde ele deseja, ser uma verdadeira cidade inteligente e, consequentemente, mais atraente e segura para viver, visitar e, principalmente, investir!


 

Sobre Eduardo Vargas

Internacionalista e advogado, Eduardo Vargas é CEO da TerraVista e Gerente de Desenvolvimento de Negócios no Brasil da Graymatics, uma das principais empresas de processamento cognitivo multimídia do mundo. Pode falar de forma aprofundada sobre internacionalização de empresas, gestão e negócios.
 

Sobre a Graymatics

A Graymatics é uma empresa líder em processamento de multimídia cognitiva. Por meio das melhores e mais completas tecnologias de IA, extrai insights aprofundados e permite soluções a partir da base instalada de câmeras CCTV. Fundada no Vale do Silício, com sede em Singapura, Graymatics está presente em 15 países, incluindo EUA, Reino Unido, Índia e Chile. Fornece soluções baseadas em IA por vídeo para vários setores, incluindo segurança e vigilância, transporte inteligente, marketing digital, comércio eletrônico, telecomunicações e Internet das Coisas. Sua cartela de clientes é composta por grandes fábricas de infraestrutura, manufatura e setor público, dentre eles Development Bank of Singapore, Fujitsu, Samsung, Hitachi, LG, Dentsu, Flipkart e Globe.