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Janeiro Branco: Volta Redonda inicia atividades na rede de Atenção Psicossocial

Campanha chama a atenção para as necessidades relacionadas à saúde mental

 

O município de Volta Redonda iniciou nesta semana uma série de atividades em alusão ao Janeiro Branco – movimento social que tem o objetivo de chamar a atenção da sociedade para as necessidades relacionadas à saúde mental das pessoas, e que neste ano tem o tema “A vida pede equilíbrio”. Realizado pelas equipes do Programa de Saúde Mental da secretaria de Saúde (SMS), o primeiro evento aconteceu nesta terça-feira, dia 3, no auditório e no pátio do UGB (Centro Universitário Geraldo Di Biase), no bairro Aterrado, com uma oficina motivacional para 40 profissionais dos Caps (Centros de Atenção Psicossocial).

 

“São atividades nas quais a gente tenta simplificar a relação das pessoas. Descomplica as relações e faz com que elas sejam possíveis, e traz exercícios como contar uma história coletiva. E quando contamos essa história, a gente pode se apoiar no outro pra reinventar, inventar junto, se divertir, se conhecer. Todos têm um espaço, uma voz”, contou o professor de teatro e artista circense Flávio Franciulli, que promoveu a atividade com uma equipe de profissionais, dentre eles o psicólogo e especialista em Ciência, Arte e Cultura na Saúde, Roberto Carlos da Silva.

 

“Essa oficina é para trabalhar a sensibilização inicial, para as pessoas se encontrarem, poderem se comunicar, se olhar. Isso vai ao encontro da campanha Janeiro Branco, que é preciso falar, ter alguém para se apoiar, se conectar nos momentos mais difíceis. Nosso trabalho hoje é para que possa reverberar para o usuário de Saúde Mental. Um espaço de cuidado com os profissionais para que eles também possam cuidar do outro”, explicou Roberto, que teve o apoio de sua equipe de psicotrupe, com os profissionais Eloá, Lucas, Tales, e Cristiane.

 

Capacitação para melhorar o atendimento

 

A secretária municipal de Saúde, Maria da Conceição de Souza Rocha, participou das atividades e destacou a importância desse tipo de capacitação para o cuidado com os usuários da Saúde Mental.

 

“Essas reuniões são de mobilização, união, para o trabalho em conjunto. E as capacitações têm que ser contínuas. Ao mesmo tempo, são atividades de integração, que propiciam alegria, solidariedade entre eles, compromisso, porque tem que trabalhar em rede, uns apoiando os outros. Isso abre espaço para inserir outras capacitações e atividades, além de tirar eles da rotina do atendimento, fazendo também uma terapia com a equipe, resultando em um cuidado melhor, mais humano, mais solidário para o usuário”, afirmou a secretária.

 

Quem também esteve presente foi a coordenadora do Programa de Saúde Mental da SMS, a médica Suely Pinto, alertando para a necessidade de acolher os profissionais para um melhor atendimento da rede, principalmente por conta dos efeitos provocados pela pandemia de Covid-19.

 

“Por conta da pandemia, quadriplicou o número de atendimentos em saúde mental. Isso significa que esse sofrimento aumentou muito. Depressão, ansiedade. E as pessoas que já tinham algum tipo de sofrimento mental, como esquizofrenias, bipolaridade, muitas ficaram em casa e isso também cresceu, assim como o consumo de drogas. Esse sofrimento mental, quando vem para o Caps, a pessoa é bem acolhida, bem trabalhada, e em muitos casos conseguimos trazer essa pessoa para vida. Muitas estão trabalhando, vivendo tranquilamente na sociedade”, contou Suely, lembrando dos investimentos feitos no atendimento da rede de Atenção Psicossocial do município.

 

“Temos feito muito e com apoio. Conseguimos recuperar muita coisa, e precisamos cada vez mais abrir espaço de compreensão. Acolher esses profissionais da rede com compreensão, com compaixão. Tudo que você compreende, você olha diferente”, acrescentou.

 

Município conta com rede completa de assistência à Saúde Mental

 

A rede de Atenção Psicossocial de Volta Redonda conta com vários espaços, como os Centros de Atenção Psicossocial, onde as equipes prepararam atividades como produção de cartazes e trabalhos manuais, oficina de mandalas, desenhadas e pintadas pelos usuários para trabalhar foco e concentração; caminhada orientada; além de roda de conversa voltada para os funcionários da unidade; e ainda a divulgação do trabalho, através de cartazes, nas unidades de saúde próximas, pontos de ônibus e no comércio local. O acesso aos Caps pode ser por livre demanda ou por referência de outras unidades de saúde, públicas ou privadas.

 

No Espaço de Cuidado em Saúde, que fica no segundo andar do Estádio da Cidadania, os usuários participaram de café da manhã especial, apresentações de música e dança e ainda um sarau. A equipe da unidade é composta por médico clínico, psiquiatra, auxiliar administrativo, enfermeiro, coordenador, assistente social, terapeuta prática integrativa, recepcionista e psicólogos. Entre as ofertas de atendimentos disponibilizadas no local estão as consultas com psiquiatra, grupos terapêuticos, práticas integrativas.

 

O Programa de Saúde Mental da Prefeitura de Volta Redonda ainda conta com quatro residências terapêuticas que, a princípio, foram criadas para as pessoas que estavam há muito tempo nos antigos manicômios e perdiam o vínculo com a família. As equipes são compostas por coordenador, cuidador, auxiliar de serviços gerais, motorista, auxiliar administrativo e diarista.

 

Equipe itinerante – O setor de Saúde Mental criou no ano passado uma equipe de Articulação Territorial (Ar-te), que funciona com um psicólogo, uma enfermeira e uma assistente social, com o objetivo de facilitar o acesso dos usuários à rede. A equipe tem como função desenvolver ações em diversos locais, articulando com os outros serviços oferecidos pelo município. O grupo atua nas ruas junto com o Serviço de Abordagem Social e com o “Consultório na Rua”.