Foi o que mostrou pesquisa realizada pela CDL-BM feita com mil proprietários ou representantes de empresas do setor de comércio varejista e serviço; 68,2% dos entrevistados não recorreram a empréstimos

 

A pandemia do novo coronavírus transformou a rotina da população brasileira e a crise causada pela Covid-19 afetou o setor varejista, causando o fechamento de estabelecimentos, desemprego e grandes desafios para as empresas. Apesar disso, recente pesquisa realizada com empresários de Barra Mansa mostrou que a maioria deles (68,2%) não solicitou empréstimos ou créditos em instituições financeiras nesse período e que, no momento, a empresa não está inadimplente (64,7%). É o que diz a pesquisa feita pela CDL Barra Mansa através do Instituto Orbital, cujo objetivo foi avaliar os impactos causados pela pandemia nas empresas do município.

 

Segundo a pesquisa, realizada no período de 26 de maio a 07 de junho de 2021, os que menos solicitaram empréstimos e os menos inadimplentes são os que não precisaram fechar a empresa e nem mudar o horário de funcionamento. Vale ressaltar que a maioria dos entrevistados (51,3%) afirma já ter fechado por algum tempo seus estabelecimentos durante a pandemia, sendo que 18,5% por até 15 dias; 15,9% de 16 a 30 dias; e 16,9% de um a dois meses. A maioria dessas empresas (56,9%) está localizada no Centro da cidade. Por outro lado, 19,3% dos entrevistados afirmam que não precisaram fechar, mas que precisaram mudar o horário de funcionamento devido às medidas restritivas.

 

Para o presidente da CDL Barra Mansa, Leonardo dos Santos, a pesquisa demonstra que, mesmo com a pandemia, os comerciantes da cidade estão conseguindo honrar seus compromissos. O empresário cita, ainda, uma recente reunião feita com o Sicoob, onde foi apresentado que o nível de inadimplência se mantém em equilíbrio “Mas há, sim, uma preocupação muito grande que, com o passar do tempo e caso as vendas não aumentem, haja o risco de um aumento significativo nos índices de inadimplência”, pontuou.

 

Importante ressaltar que a pesquisa também mostra que 66,2% das empresas alegam ter tido problemas de falta de recursos no caixa ao longo desses meses de pandemia. De acordo com o presidente da CDL Barra Mansa, a porcentagem de empresas que relatam problemas de recursos no caixa aumenta de acordo com o tempo que precisou ficar fechada. “Apenas as empresas que não precisaram fechar e nem mudar de horário, não tiveram, em sua maioria, esse tipo de problema”, explica Leonardo dos Santos. Por outro lado, outro ponto em destaque na pesquisa aponta que, apesar das dificuldades, a maioria das empresas (60,8%) não demitiu funcionários.

 

De acordo com o presidente da CDL, é clara a relação entre o tempo que a empresa precisou ficar fechada e o impacto financeiro resultante do fechamento. As empresas que ficaram mais tempo fechadas são as que vem enfrentando mais dificuldades, principalmente no que tange à falta de recursos no caixa, diminuição do faturamento e demissões de funcionários. “Por outro lado, as empresas que não precisaram fechar e nem mudar o horário de funcionamento são as que menos sofrem as consequências da crise e as que menos fizeram demissões”, resumiu Leonardo dos Santos.

 

A pesquisa de diagnóstico sobre o “Impacto da Pandemia de Covid-19 nas Empresas de Barra Mansa” foi realizada pelo Instituto Orbital através de metodologia Quantitativa. A técnica utilizada foi a de entrevistas pessoais, diretamente com proprietários ou responsáveis direto pela empresa. Ao todo foram mil pessoas entrevistadas representantes de empresas do setor de comércio varejista e serviço. A pesquisa foi realizada no período de 26 de maio a 07 de junho de 2021 em empresas de porte MEI, Micro, Pequeno, Médio e Grande das atividades de comércio varejista, serviços, bares e restaurantes, supermercados e farmácias.

 

A pesquisa procurou cobrir todas as regiões da cidade, nos bairros onde há concentração maior de empresas. Assim, mais da metade das entrevistas foi realizada no Centro da cidade (51%), seguida pela região do Ano Bom (14,4%), Vila Nova (10,2%) e Vista Alegre (5,3%). Os 19% restantes foram distribuídos pelas demais regiões, de forma representativa. Entre as empresas que responderam, 41% são Microempresas; 37,9% são Microempreendedores Individuais (MEI); 9,5% de Médio Porte; 8,5 % são Empresas de Pequeno Porte (EPP) e 3,1% são empresas de Grande Porte.