No meio urbano, doença é transmitida pela urina de
rato
Por conta
do trasbordamento do Rio Barra Mansa nos bairros Nova Esperança e Boa Sorte, em
função das chuvas que caíram no município na noite da última quarta-feira, dia
08, agentes da Vigilância em Saúde Ambiental estão intensificando as
orientações sobre a leptospirose. A doença é causada pela bactéria leptospira e
transmitida através do contato humano com a água contaminada pela urina do rato.
De acordo
com o coordenador da Vigilância em Saúde Ambiental, Antônio Marcos Rodrigues,
na temporada das chuvas a probabilidade de contrair a doença é maior. “Por
isso, as pessoas que tiverem suas casas afetadas por alagamento devem redobrar
a atenção. Para evitar problemas, durante a limpeza e reorganização da casa, é
fundamental o uso de galochas e luvas de proteção, já que a bactéria penetra no
organismo humano através da pele. O contágio pode ser facilitado por lesões. No
meio urbano, o principal transmissor da leptospirose é o rato de esgoto, porém,
existem outros animais que podem ser reservatórios da bactéria, como cães, equinos
e bovinos”, detalhou Antônio Marcos.
O
coordenador ainda explicou que não existe uma vacina especifica para a
leptospirose. “O que a Secretaria de Saúde realiza é a vacina antitetânica, que
deve ser atualizada a cada dez anos. Se as pessoas que tiveram contato com
águas das chuvas apresentarem febre, dores musculares e mudança na coloração da
urina devem se encaminhar a uma unidade médica para a realização de exame de
sorologia a fim de investigar a doença. Outra orientação extremamente importante
diz respeito a não utilização de alimentos que tiveram contato com a água da
enchente”.
Apesar de
grave, a leptospirose tem tratamento, que deve ser rápido para evitar que o
paciente evolua para a forma grave, chamada de doença de Weil.
CONTAMINAÇÃO - A leptospirose é transmitida pelo
contato com a urina de animais com a infecção. Os animais, ao se infectarem,
não desenvolvem a doença, mas tornam-se portadores da bactéria leptospira nos
rins, eliminando-a viva no meio ambiente e contaminando água, solo e alimentos.
A bactéria pode ser eliminada através da urina desses animais durante meses ou
até anos.
Geralmente
a doença se desenvolve entre sete e 14
dias após a exposição em águas contaminadas e, depois desse período de
incubação, o quadro clínico é variado, podendo apresentar sintomas leves até
muito graves e morte. Durante a evolução, o paciente vai se tornando ictérico
(com olhos amarelados) e com a pele de coloração avermelhada, sofre a
diminuição da diurese por lesão nos rins, comprometimento pulmonar, piora das
dores musculares e de cabeça, sendo que uma pequena parte dos doentes evolui de
forma grave e fatal.