Os
estudantes do Colégio Pedro II decidiram, nesta quinta-feira, manter a
ocupação nas unidades da instituição mesmo após a mudança de data do
Enem para mais de 190 mil alunos. Até o momento, pelo menos cinco
filiais do Pedro II estão ocupadas por jovens: Engenho Novo, Realengo,
São Cristóvão, Tijuca e Centro. Nesta semana, o Ministério da Educação
informou que o exame será adiado para os dias 3 e 4 de dezembro para os
candidatos que fariam as provas nos prédios ocupados.
Os alunos manifestam contra a aprovação da
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que congela os gastos
públicos por 20 anos. Com faixas e cartazes, os estudantes da unidade de
São Cristóvão, na Zona Norte, fizeram um protesto na porta do prédio na
manhã desta quinta-feira. Já na Tijuca, eles estão organizando um
"abraçaço" na filial na próxima segunda-feira.
Nas redes
sociais, ex-alunos e professores também apoiam o movimento. Por meio da
hashtag #EuDefendooCPII, os internautas escrevem relatos e lembranças
sobre a escola. "As ocupações estão sendo lindas", elogiou um deles.
"Tenho orgulho do Pedro II", enfatizou outro usuário.
Na
última terça-feira, a direção do Pedro II havia informado que "as
direções são contrárias à ocupação" e as aulas estavam suspensas.
Polêmicas no Pedro II
Recentemente, o
Pedro II foi criticado por abolir a distinção do uniforme escolar por
gênero. No mês passado, o reitor Oscar Halac havia afirmado que "a
escola não deve estar desvinculada de seu tempo e momento histórico".
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No início deste mês, o procurador da República Fábio
Moraes de Aragão determinou que as unidades de Realengo e Humaitá
retirassem os cartazes contra Temer. Caso a medida não fosse cumprida,
os diretores responderiam por improbidade administrativa e crime de
prevaricação.
Na última sexta-feira, a unidade II de São Cristóvão
também esteve no centro de uma polêmica. Um vídeo que circulou nas
redes sociais mostra faixas com frases em defesa do "proletariado", do
"marxismo" e da "revolução do povo" no pátio de entrada do colégio e no
estacionamento.
“Uma escola não pode se posicionar dessa forma”,
disse o pai de um aluno de 12 anos do CP II, que não se identificou. O
reitor, no entanto, em nota, diz que os cartazes faziam parte de um
seminário de responsabilidade de um grupo de estudos ligado à UFF, UNIR e
UFPE e que o colégio só cedeu o teatro. Segundo nota da reitoria, o
seminário era de responsabilidade do Grupo de Investigação sobre
Subdesenvolvimento e Atraso Social. As faixas já foram retiradas.http://odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/2016-11-03/alunos-do-colegio-pedro-ii-decidem-manter-ocupacao-apos-adiamento-do-enem.html