A
Comissão Especial sobre Estatuto da Família (PL 6.583/13) aprovou hoje
(24), por 17 votos a 5, o parecer do relator, deputado Diego Garcia
(PHS-PR). O texto segue agora para o plenário da Câmara, com a polêmica
sobre o conceito de família, que restringe as prerrogativas às famílias
tradicionais, excluindo do texto os casais homoafetivos.
Durante a sessão, os deputados contrários à
proposta, entre eles parlamentares do PT, PcdoB e PTN, tentaram adiar a
votação, apresentando uma série de requerimentos. Todos foram
derrubados. O deputado Bacelar (PTN-BA) alertou que a Constituição não
tem qualquer vedação a classificar uniões homoafetivas como família.
“Na sociedade, temos inúmeros arranjos de união
que levam ao conceito de família. O que será de milhares de crianças e
adolescentes brasileiros que não terão seus direitos assegurados?”,
questionou.
Bacelar destacou ainda trecho do relatório que
afirma que o afeto não pode ser considerado elemento construtivo de uma
relação ou para constituição de família. “O afeto está na base da
relação humana. É fundamental na construção de uma sociedade.”
Na mesma linha, a deputada Erika Kokay (PT-DF)
tentou convencer outros parlamentares a debater mais a matéria. “A quem
interessa o relatório se não interessa às famílias excluídas e
heterossexuais. Ele só interessa ao fundamentalismo religioso”, afirmou.
LEIA TAMBÉM
Ex-soldados se casam no primeiro casamento gay entre veteranos de guerra dos EUA
Aluna cobra Haddad sobre debate de 'gênero' nas escolas
Política, evolução e discussão de gênero podem ser banidos em escolas devido a projeto de lei
Ex-soldados se casam no primeiro casamento gay entre veteranos de guerra dos EUA
Aluna cobra Haddad sobre debate de 'gênero' nas escolas
Política, evolução e discussão de gênero podem ser banidos em escolas devido a projeto de lei
Comemorando o resultado, o deputado Diego Garcia
disse que o relatório cumpre uma tarefa prevista na Constituição de 1988
e negou qualquer iniciativa homofóbica no texto. “O relatório trata da
família-base da sociedade, da família que está esperando desde a
promulgação da Constituição uma lei infraconstitucional que a proteja e
que traga os principios constitucionais dentro de uma lei ordinária.”.
Segundo Garcia, os parlamentares que o acusaram de
homofobia não leram sequer o voto. No parecer, o relator mencionou a
necessidade de criação de um artigo no Código Civil para contemplar
direitos de todos os tipos de união que não estejam enquadradas no
conceito definido pela Constituição Federal.
“Acusar,
qualquer pessoa pode. Agora, basta que elas façam a leitura do texto.
Não se ativeram nem mesmo a ler o parecer. Em nenhum momento, trago
ataque contra homossexuais. Como parlamentar, serei sempre o primeiro a
defender os homossexuais e a lutar contra a homofobia”, acrescentou.
https://br.noticias.yahoo.com/comiss%C3%A3o-aprova-estatuto-da-fam%C3%ADlia-com-conceito-que-exclui-casais-homoafetivos-201728317.html