Mais de 70% dos participantes da votação autorizaram o sindicato deflagrar greve

Após votação secreta, metalúrgicos da CSN decidiram entrar em estado de greve nesta quinta-feira, dia 20. Mais de 71% dos trabalhadores optaram pela proposta sugerida pelo Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense. Participaram da votação 4.269 funcionários da CSN. As opções foram: greve ou manter as negociações. Agora, o sindicato vai enviar à empresa um ofício comunicando oficialmente o resultado da assembleia e, a partir de 48 horas, a instituição sindical poderá deflagrar greve a qualquer momento.
“O resultado da votação foi o que esperávamos. Os trabalhadores estão indignados com a postura da CSN no acordo coletivo. Queremos, no mínimo, a reposição da inflação. Se a empresa não apresentar uma proposta, a única maneira de pressionar é com a greve. Agora, vamos nos mobilizar para começar a greve na maneira legal, sem infringir a lei”, diz Silvio Campos, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense.
A decisão do sindicato em colocar em votação se deve porque, depois de cinco meses, a CSN não apresentou nenhuma proposta. “Tivemos quatro reuniões e a empresa não apresentou nada. Isso mostra o descaso da CSN com seus trabalhadores e o sindicato”, afirma Silvio Campos.
O presidente do sindicato frisou que o país está passando por crise, mas que isso não justifica a postura da CSN em relação ao acordo coletivo. “Eles (a direção da CSN) estão querendo ganhar dos trabalhadores pelo cansaço. Não vamos deixar isso acontecer”, diz o sindicalista. O atraso nas negociações da CSN também prejudica as negociações com as terceirizadas.  “São milhares de trabalhadores sendo prejudicados”.
O sindicato entregou a pauta de reivindicação à CSN em março e a data base dos metalúrgicos (1º de maio) venceu há 112 dias. Neste período, o sindicato e a CSN se reuniram apenas quatro vezes e em nenhuma houve avanço nas discussões.