Quando se trata de controlar o peso das crianças, reduzir o tempo em
frente à TV e ao computador é tão importante quanto incentivar a prática
de atividade física, diz a endocrinologista e especialista em obesidade
infantil Maria Edna de Melo.
Maria Edna explica que "as crianças mais ativas têm uma tendência menor
para a obesidade, pois o excesso de peso é resultado das calorias
ingeridas menos a energia gasta por meio de exercício físico".
"A atividade física também promove o ganho de massa muscular, o que
provoca gasto energético. Isso é importante para todas as pessoas,
independentemente da idade", afirma a especialista.
De acordo com a endocrinologista, a atividade física é muito importante
no processo de emagrecimento, porém o movimento deve fazer parte da
rotina de meninos e meninas durante todo o dia. "Mesmo entre as crianças
que se exercitam duas ou três vezes por semana, o tempo de inatividade
física ao longo do dia pode comprometer a saúde", conta.
A inatividade física é o que os médicos chamam de "tempo de tela",
referente ao período total em que a criança permanece em frente ao
computador, videogame, televisão, tablet, entre outros aparelhos
eletrônicos.
"É comum encontrarmos crianças que fazem atividade física duas vezes
por semana, mas que passam de cinco a seis horas inativas por dia
assistindo TV ou jogando videogame. Isso não é bom para elas", afirma
Maria Edna.
Segundo a médica, apesar da efetividade do balanço energético para o
controle de peso, a obesidade é uma doença complexa que também envolve
fatores genéticos. "Por isso há pessoas que comem muito e ainda assim
não engordam", fala.
Segundo a especialista, "a obesidade normalmente ocorre em indivíduos
que têm uma predisposição genética, que são expostos a um ambiente
favorável ao aumento da ingestão calórica e que reduzem a quantidade de
atividade física".
Outro ponto importante defendido pela especialista é adotar a dieta do incentivo em vez das dietas proibitivas.
"Uma abordagem do tipo 'vamos comer mais legumes e salada' tem um
efeito melhor para a perda de peso em crianças para incorporar uma
mudança de hábitos do que uma dieta focada em proibição de alimentos",
declara.
Segundo a médica, a mudança nos hábitos alimentares dos filhos exige
que os pais deem o exemplo, passando por uma reeducação que envolva toda
a família.
"Comer é um hábito social, mas também individual. Então tem algumas
pessoas que adoram comer salada e outras que não toleram, assim como
algumas pessoas adoram doces e outras não gostam", conta.
De acordo com Maria Edna, "essas preferências individuais provavelmente
têm uma característica genética e também devem ser consideradas na hora
de elaborar uma dieta de reeducação alimentar infantil".
"Não adianta falar para uma pessoa que adora doces para ela parar de
comer doces. Temos sempre que buscar o equilíbrio", fala a especialista.http://mulher.uol.com.br/gravidez-e-filhos/noticias/efe/2015/05/20/inatividade-fisica-pode-comprometer-a-saude-das-criancas.htm