Banco larga na frente e adota 'home office' para cem bancários este ano, começando por mulheres e pessoas com deficiência
Rio - Começa a ganhar força no setor público a
autorização da empresa para que o funcionário trabalhe em casa,
conhecido como home office. O Banco do Brasil liberou nove empregados da
área da Diretoria de Tecnologia no Distrito Federal e em São Paulo, e
pretende chegar a 100 profissionais até o fim do primeiro semestre deste
ano.
Os nove selecionados participaram de um
processo seletivo com 40 candidatos. A iniciativa está em fase de
experimento, mas as próximas áreas já estão confirmadas: Mercado de
Capitais e de Pessoas. Os públicos preferenciais são mulheres e pessoas
com deficiência.
Pesquisas mostram que os funcionários produzem
mais quando trabalham de casa. Por isso, o banco determinou que as metas
para esses servidores sejam 15% superiores às dos demais. O diretor de
Gestão de Pessoas do Banco do Brasil, Carlos Alberto Netto, declarou à
coluna que o principal objetivo é reduzir custos estruturais:
“Precisamos ter ganho de produtividade. O Tribunal de Contas da União
(TCU) e o Tribunal Superior do Trabalho (TST) fizeram inclusão do home
office muito bem, além das empresas privadas.”
Os funcionários do Banco do Brasil terão de
bater ponto e cumprir a mesma carga horária e devem comparecer ao
trabalho um dia por semana. Está previsto um revezamento entre, no
máximo, 50% dos funcionários de cada equipe.
ALGUMAS ÁREAS
Por envolver apenas áreas que possam ser
mensuradas, a iniciativa não vai atender a todos os 112 mil funcionários
do BB — os 65% que exercem suas funções nas agências espalhadas em todo
o país. “Mesmo assim outras áreas querem participar da modernização das
relações do trabalho”, disse o diretor.
SINDICATO DE OLHO
O projeto do BB não é um direito do
trabalhador, e fica a critério do banco, assim como a adesão ou retorno é
uma opção do servidor. O Sindicato dos Bancários do Rio quer acompanhar
de perto o impacto na vida dos trabalhadores. A meta é verificar se o
funcionário poderá ter algum direito trabalhista adicional.
REGULAMENTAÇÃO
Para o advogado André Viz, a efetiva
implementação do home office depende de regulamentação, uma vez que os
estatutos de serviços públicos preveem o cumprimento de carga horária e
lotação em órgãos ou unidades da administração pública. “É necessário
adotar mecanismos de controle e regulação de resultados”, adverte.http://odia.ig.com.br/noticia/economia/2015-05-05/banco-do-brasil-libera-trabalho-em-casa.html