Em sua posse nesta segunda-feira,
06, o novo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, afirmou que o
MEC irá colaborar com o ajuste fiscal con
duzido pelo Ministério da
Fazenda para arrumar as contas públicas. "Assumimos o compromisso de que
esse ministério dará sua contribuição ao ajuste fiscal, que não um fim
em si mesmo, mas para melhorar (o País). O ajuste nos permite delinear o
futuro", defendeu.
De acordo com Janine, assumir o cargo "é um desafio de
primeira grandeza" para ele, até então professor de filosofia e ética da
Universidade de São Paulo (USP). "Acredito que chegou a hora de
converter em solução o bordão que diz que boa parte dos nossos problemas
pode ser revertida com educação", disse, acrescentando que o País deve
"usar a capacidade das universidades federais" para melhorar o ensino.
Sobre o Programa de Financiamento Estudantil (Fies), que tem atrasado
o repasse a universidades privadas para as quais os estudantes
contratam o financiamento, ele disse que os problemas precisam ser
cuidados para que não se repitam.
O novo ministro anunciou o
professor Gesualdo Pereira Faria para o comando da Secretaria de
Educação Superior (Sesu) e o ex-reitor da Universidade Federal do
Recôncavo da Bahia (UFRB) Paulo Nassiff como novo chefe da Secretaria de
Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi).
Compromisso
Janine Ribeiro exibiu um vídeo do professor emérito da USP Antônio
Cândido, sociólogo e literato que está com 96 anos, que deu parabéns a
ele pelo cargo e recordou a origem do MEC como parte da Revolução de
1930, responsável pela chegada do presidente Getúlio Vargas ao poder.
"Janine é um pensador que sempre praticou a militância intelectual",
disse.
O novo ministro abordou três fases históricas enfrentadas pelo Brasil
nas últimas três décadas, com a redemocratização em 1985, passando pela
estabilidade da moeda no governo Fernando Henrique Cardoso, até chegar à
"terceira agenda" de inclusão social na administração Lula.
Segundo Janine Ribeiro, depois de cumpridas essas etapas, é que a
Educação será colocada como peça fundamental do desenvolvimento do País,
como foi pedido por manifestantes nas ruas em junho de 2013. "A
democracia que construímos a partir de 1985 é a mais sólida da nossa
história", afirmou. "A educação torna-se hoje o principal instrumento
para consolidar e ampliar os avanços sociais que desde 2003 colocou na
nossa agenda política", disse.
O ministro observou que democracia plena inclui qualidade dos
serviços públicos. "De minha parte, saúdo o despertar da consciência
pública para que os serviços públicos avancem em qualidade", disse. "Se o
IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) melhorou das cidades ao longo de
três décadas foi porque as pessoas têm direito de organizar e se
manifestar", avaliou.
Num discurso de defesa do avanço
social ocorrido nas gestões de Lula e da presidente Dilma Rousseff,
Janine Ribeiro declarou que, após a inclusão de 55 milhões de
brasileiros na classe média, o passo seguinte é oferecer ensino de
qualidade. "A persistência da miséria é uma vergonha, mas não para o
miserável e sim para os que deixam essa situação existir. Acabar com ela
é nosso desafio ético", garantiu.
O ministro também defendeu o lema do segundo mandato de Dilma
("Brasil, pátria educadora"). "A palavra pátria já foi usurpada por
interesses menores, por isso mesmo precisa ser recuperada", acredita.https://br.noticias.yahoo.com/mec-vai-colaborar-ajuste-fiscal-diz-janine-201000594.html