Quadrinhos da Turma da Mônica publicados desde a
década de 1980 ganham aplicativo que garante acesso a 50 edições por vez
mediante assinatura
Por Murilo Roncolato
SÃO PAULO – Mauricio de Sousa acaba de dar o passo mais importante da
história da sua franquia, a Turma da Mônica, no meio digital. O
cartunista colocou no ar o aplicativo Caixa de Quadrinhos que oferecerá
acesso a todo o acervo de revistas publicadas desde a década de 1980
mediante assinatura.
O usuário poderá optar por uma assinatura mensal (US$ 5 no iOS, e R$
13,07 no Android) ou anual (US$ 40 no iOS, e R$ 104,96 no Android) e ter
acesso a 50 edições por vez. As revistas escolhidas serão substituídas
por outras quinzenalmente. Quem optar por não assinar, terá acesso
apenas a algumas tirinhas (e não a revistas completas).
“No total, temos mais de 500 revistas digitalizadas”, diz Marcos
Saraiva, gerente comercial da área digital da Mauricio de Sousa
Produções. “O Mauricio avalia todo roteiro já publicado entre bom e
ótimo. Para as primeiras edições do aplicativo, a gente escolheu as mais
bem cotadas.”
“Há alguns anos, já tínhamos claro a direção que o digital apontava. Por isso, começamos a investir e, assim, fizemos apps de games,
começamos a trabalhar forte nas redes sociais e remodelamos o site”,
disse. “Mas o objetivo sempre foi colocar o conteúdo onde as crianças
estão, e há tempos a plataforma dos tablets vem se mostrando forte nesse
sentido.”
Além das edições históricas do acervo, a ideia é concentrar no
aplicativo diversos produtos, inclusive uma espécie de banca virtual
para a venda das versões digitalizadas dos gibis da marca conforme forem
para as bancas (físicas). Para o futuro, a ideia é traduzir o
aplicativo (e as revistinhas) para outros idiomas.
A empresa de Mauricio de Sousa está otimista sobre a recepção que o
aplicativo terá. “Acreditamos que entre seis meses e um ano vamos ter o
investimento recuperado”, disse Saraiva, sem dar valores.
“Tem uma demanda forte de gente que sempre pediu versões digitais dos
gibis para o Mauricio. E ele sempre viu isso de forma positiva, nunca
acreditou na canibalização da revista física pelo digital. Para ele, são
produtos complementares.”
“A gente esperou o momento certo para apostar nesse modelo de
assinatura”, diz Saraiva. “E, a nosso favor, temos essa maior maturidade
gerada com a penetração de smartphones e tablets no Brasil.”