Moradores criticam atendimento médico na cidade
Rio - A nomeação de seu irmão, Jonathan Marins Aguiar,
para cuidar da Saúde de Barra Mansa não garantiu ao prefeito Jonas
Marins Aguiar (PCdoB) a situação sob controle na pasta. O setor é alvo
de críticas de parte dos moradores, por falta de médicos, aparelhos e
demora no atendimento. Conforme o DIA noticiou nesta quinta-feira, o
prefeito também nomeou a mulher, Maria José Cezar, para a Secretaria de
Assistência Social e Direitos Humanos.
Segundo o vereador Rodrigo Drable (PMDB), que
entrou ontem com um projeto de lei para que os secretários do município
tenham qualificação para ocupar o cargo, Jonathan não tem nenhuma
experiência em administração da pasta ou formação médica. “Faltam
médicos especializados, só tem clínicos gerais e eles ganham mal. Também
faltam instrumentos. Não adiantaria, por exemplo, trazer o melhor
neurocirurgião para cá que não teria aparelhos para trabalhar”,
criticou.
Marlene, com o filho, diz que é difícil se consultar em posto de saúde
Foto: Fabio Gonçalves / Agência O Dia
Drable também afirmou que a prefeitura tem
contratado organizações sociais para administrar unidades de saúde e
transferir a sua responsabilidade para as entidades. O auxiliar de
controle Jonathan Flores, de 24 anos, disse que a sua mãe, Dilma de
Assis, morreu porque não conseguiu ser transferida da UPA do Centro de
Barra Mansa para o CTI de nenhuma unidade. “Foi constatado um AVC e ela
ficou internada uma semana na UPA até falecer. Pedi ajuda ao prefeito e
ao secretário para transferi-la, mas nada foi feito”, acusou.
Moradora do bairro Vista Alegre, Marlene Gomes Viana, 44,
reclamou que o Posto de Saúde da Família do loteamento Belo Horizonte,
na Rua Sete de Setembro, não tem atendimento prioritário. “Meu sogro
ficou mais de três horas esperando a médica em uma cadeira de rodas, na
semana passada. Quem quiser conseguir uma consulta, tem que agendar para
o dia seguinte. Se tiver com um problema urgente, vai sofrer”, afirmou.
Questão cultural
Líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, a deputada
Jandira Feghali defendeu que as convocações do prefeito de seu partido
não são nepotismo porque o irmão dele é funcionário de carreira.
“Jonathan é técnico e foi chamado para a secretaria porque era
competente”. Também alegou que “todos os governadores e prefeitos botam
suas esposas como secretárias”. “Sobre a mulher, acho ruim isso da
esposa ter que ser secretária do marido, mas é cultural”, disse.http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2015-02-06/comandada-por-irmao-de-prefeito-saude-vai-mal-em-barra-mansa.htm