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ENCONTRO NACIONAL: O que os jovens cegos querem para o Brasil?

30.10.2014 - ENCONTRO NACIONAL: O que os jovens cegos querem para o Brasil?O Estado tem obrigação de garantir a todos os jovens os direitos fundamentais para que eles possam viver em plenitude essa fase tão importante da vida. Os jovens que vivem com deficiência precisam de uma atenção ainda mais precisa do governo para que haja igualdade de oportunidades. Por isso, muitos estão mobilizados para cobrar seus direitos. Em João Pessoa (PB), acontece até sexta-feira (31/10), um curso que discute a incidência política dos jovens cegos no Brasil.
50 jovens de todas as regiões brasileiras, representando 24 estados, estão reunidos para abordar questões sobre participação política, qualificação profissional e mercado de trabalho, educação, sexualidade e diversidade, tecnologia, inclusão, dentre outros temas. O curso é promovido pela Organização Nacional de Cegos no Brasil (ONCB), entidade existente desde 2008 que reúne mais de 60 instituições no Brasil.
De acordo com dados do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, existem mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, sendo 582 mil cegas e 6 milhões com baixa visão. Isso mostra o quanto é necessário que políticas específicas para esse segmento da população sejam desenvolvidas.
 
A professora cega Joana Belarmino, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), acredita que ainda há uma limitação técnica muito grande por parte dos governos quando o assunto é acesso às políticas. “O Estado, por muito tempo, negou nossos direitos. O Brasil e o mundo têm feito pouco para se alinharem no desenvolvimento de políticas para pessoas com deficiência em todos os âmbitos. Por isso precisamos melhorar a nossa incidência política nos governos”, disse.
 
Pelos direitos dos jovens com deficiência
 
O Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) conta com a participação de William Cunha, 25, jovem cego que tem se responsabilizado por trazer as demandas específicas dos jovens com deficiência para a secretaria. Ele é a segunda pessoa com deficiência que participa da história do conselho, que nasceu em 2005. “Nossa principal luta é para que a Educação no país seja com total acessibilidade. Queremos mobilizar os jovens para que essa também seja uma pauta de todos”, explica William, que também é secretário de juventude da ONCB.
 
Joana Santos, assessora da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), participa o evento representando a SNJ. Ela acredita que “as diretrizes feitas pelos jovens cegos precisam ser levadas em consideração na hora da elaboração das nossas políticas”, afirmou. Vale ressaltar que o Estatuto da Juventude (Lei 12.852/2013), um texto sobre o Conjuve, a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (Decreto Nº 6949/2009) e informações sobre as ações da SNJ foram disponibilizadas pela secretaria em versão acessível aos participantes para serem usados com softwares leitores de tela.