50 jovens de todas as
regiões brasileiras, representando 24 estados, estão reunidos para
abordar questões sobre participação política, qualificação profissional e
mercado de trabalho, educação, sexualidade e diversidade, tecnologia,
inclusão, dentre outros temas. O curso é promovido pela Organização Nacional de Cegos no Brasil (ONCB), entidade existente desde 2008 que reúne mais de 60 instituições no Brasil.
De
acordo com dados do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), no Brasil, existem mais de 6,5 milhões de pessoas
com deficiência visual, sendo 582 mil cegas e 6 milhões com baixa visão.
Isso mostra o quanto é necessário que políticas específicas para esse
segmento da população sejam desenvolvidas.
A
professora cega Joana Belarmino, coordenadora do Programa de
Pós-Graduação em Jornalismo na Universidade Federal da Paraíba (UFPB),
acredita que ainda há uma limitação técnica muito grande por parte dos
governos quando o assunto é acesso às políticas. “O Estado, por muito
tempo, negou nossos direitos. O Brasil e o mundo têm feito pouco para se
alinharem no desenvolvimento de políticas para pessoas com deficiência
em todos os âmbitos. Por isso precisamos melhorar a nossa incidência
política nos governos”, disse.
Pelos direitos dos jovens com deficiência
O Conselho Nacional de Juventude (Conjuve)
conta com a participação de William Cunha, 25, jovem cego que tem se
responsabilizado por trazer as demandas específicas dos jovens com
deficiência para a secretaria. Ele é a segunda pessoa com deficiência
que participa da história do conselho, que nasceu em 2005. “Nossa
principal luta é para que a Educação no país seja com total
acessibilidade. Queremos mobilizar os jovens para que essa também seja
uma pauta de todos”, explica William, que também é secretário de
juventude da ONCB.
Joana
Santos, assessora da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), participa o
evento representando a SNJ. Ela acredita que “as diretrizes feitas
pelos jovens cegos precisam ser levadas em consideração na hora da
elaboração das nossas políticas”, afirmou. Vale ressaltar que o Estatuto
da Juventude (Lei 12.852/2013), um texto sobre o Conjuve, a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (Decreto Nº 6949/2009)
e informações sobre as ações da SNJ foram disponibilizadas pela
secretaria em versão acessível aos participantes para serem usados com
softwares leitores de tela.