Nove a cada dez jovens acreditam que é possível mudar o mundo
Perfil da juventude
Com
maior escolaridade e maior acesso às tecnologias, questões que mais
preocupam jovens são violência, emprego, saúde e educação
Um levantamento feito entre abril e maio de 2013, pela Secretaria
Nacional da Juventude (SNJ) da Secretaria Geral da Presidência da
República, para analisar o perfil dos jovens brasileiros, detalha um
pouco mais essa porcentagem. O estudo aponta que entre os mais novos, na
faixa de 15 a 17 anos, 65% estudam e 16% trabalham. Entre os jovens de
25 a 29 anos, mais de 70% trabalha ou está procurando trabalho, enquanto
apenas 12% ainda estuda.
Um estudo elaborado pelo Ministério do Trabalho e Emprego em 2009
aponta a juventude brasileira como uma juventude trabalhadora. Mesmo
considerando a diminuição das taxas de participação no mercado de
trabalho nos últimos anos, a juventude brasileira tem se esforçado para
combinar trabalho e estudo.
Porém o documento revela um ingresso ao mercado de trabalho,
predominantemente aos 18 anos e fortemente marcado por desigualdades
sociais. Os jovens de renda mais elevada estão sujeitos a menores
índices de desemprego. A chamada “inatividade” juvenil atinge mais
intensamente jovens mulheres e negras. Os trabalhos informais são
ocupados sobretudo por jovens de baixa renda e baixa escolaridade, mulheres e principalmente por jovens negros de ambos os sexos.
Escolaridade
Segundo o Censo 2010, apenas 16,2% dos jovens de todo o País chegaram
ao ensino superior, 46,3% apenas concluíram o ensino médio e 35,9% têm
sua escolaridade limitada ao ensino fundamental.
Comparando a escolaridades dos jovens com a de seus pais, os dados representam um ganho de escolaridade nessa nova geração.
O relatório feito pela SNJ constatou que apenas 5% dos pais e 6% das
mães tiveram acesso ao ensino superior (contra os 16,2% dos jovens de
hoje), 22% dos pais e 23% das mães concluíram o ensino médio, quase
metade dos 46,3% dos jovens de hoje que têm o 2º grau.
Etnia
A pesquisa feita pela Secretaria Nacional da Juventude constatou que a
juventude brasileira é grande, diversa e ainda muito atravessada por
desigualdades. Com uma distribuição de sexo quase idêntica, 49,6% homens
e 50,4% mulheres, seis em cada dez entrevistados declararam-se de cor parda (45%) ou preta (15%) e 34% da cor branca. Esses dados apresentam uma pequena diferença em relação aos dados levantados pelo IBGE no Censo 2010.
No levantamento da SNJ, a proporção de jovens que se diz preta é
maior (15%) do que a identificada pelo Censo (7,9%), e a Secretaria
acredita em uma tendência de crescimento, na população jovem, de
autodeclaração como da cor preta. Uma das hipóteses é que o aumento da
visibilidade da questão racial no País e os papeis importantes que os
negros vêm conquistando ultimamente estejam estimulando os jovens a
afirmar sua identidade por cor e etnia.
Religião
Quanto à religião dos jovens brasileiros, a maioria (56%) é católica,
27% são evangélicos e 16% não têm religião (somados a eles 1% de
ateus). Comparando com outras pesquisas feitas anteriormente, nota-se
que os jovens católicos diminuíram em dez pontos percentuais (somavam
então 65%), enquanto os evangélicos, que eram 22%, aumentaram 5%.
Estado civil
Ainda segundo a pesquisa da SJN, 66% dos jovens brasileiros ainda são
solteiros e 61% vivem com os pais. O Censo 2010 mostra que a maioria
dos homens ainda vive com os pais, mesmo com a queda de 71,8% em 2000
para 62,6% em 2010. Quanto a filhos, 40% dos jovens de hoje em dia tem
filhos.
Nova geração x tecnologia
O ditado popular que diz que a nova geração já nasce sabendo usar um
computador faz muito sentido, já que todas as pesquisas recentes apontam
a velocidade com que as novas gerações absorvem o uso das novas
tecnologias de informação e comunicação. Esse também foi um tema
levantado na pesquisa da SNJ, que mostra que 80% dos jovens usam
computadores e internet, e 89% têm celular.
Visão dos jovens
A pesquisa da SNJ fez também um levantamento dos problemas que mais
preocupam a juventude brasileira de hoje, e disparadamente, o problema é
a violência e a segurança do País (43%). Segundo a pesquisa, 51% dos
jovens já perderam alguém próximo em razão da violência. As vítimas, na
maioria dos casos, eram amigos (18%) e primos (12%), ou seja,
companheiros de geração.
O segundo assunto que mais preocupa os jovens é emprego ou profissão
(34%). Em seguida, estão as questões de saúde (26%) e educação (23%).
A Secretaria chama a atenção que a educação não esteja no topo da
lista, e ela acredita que ela se mantenha como assunto de importância e
interesse dos jovens, mas não mais como de grande preocupação, uma vez
que essa geração vive a experiência de ter tido um ganho nesse campo,
em relação às gerações passadas.
Entre os assuntos que os jovens consideram mais importantes para
serem discutidos pela sociedade estão a desigualdade social e pobreza,
para 40%, e drogas e violência, para 38% dos jovens que participaram da
pesquisa da Secretaria Nacional da Juventude. Em seguida vêm política
(33%), cidadania e direitos humanos (32%), educação e futuro
profissional (25%), racismo (25%) e meio-ambiente e desenvolvimento
sustentável (24%).
E por fim, o que os jovens avaliam como mais positivo no Brasil é,
em primeiro lugar, a possibilidade de estudar (63%) e em segundo lugar, a
liberdade de expressão. Apenas 4% dos jovens declaram que não há nada
de positivo no País.
Podendo aí se subentender uma característica de sonhador e
batalhador do jovem brasileiro, o estudo da SNJ mostra também que é
muito clara para eles a percepção sobre a capacidade da juventude de
mudar o mundo. Cerca de nove em cada dez dos entrevistados responderam
que os jovens podem mudar o mundo, sendo que para 7, eles podem mudá-lo e
muito.
Fonte:
Portal Brasil, com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, da Secretaria Nacional da Juventude e do Ministério do Trabalho e Emprego
Portal Brasil, com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, da Secretaria Nacional da Juventude e do Ministério do Trabalho e Emprego