Ao divulgar o relatório “Tendência
mundiais do emprego juvenil 2013 – Uma geração em risco”, a OIT ainda
destacou a possibilidade de aumento desta de 0,2% até 2018, chegando a
12,8% de jovens desempregados por todo o mundo.
A OIT chama a atenção para o constante
crescimento da desocupação dos jovens, que vem ocorrendo desde 2007,
quando o nível de desemprego deles correspondia a 11,7%. Segundo a
Organização, a situação é preocupante, pois, este constante crescimento
se aproxima dos péssimos resultados de 2009, no auge da crise econômica.
Na ocasião 81 milhões de jovens estavam desempregados.
Além desse levantamento negativo, a OIT
denuncia a preocupação com os jovens que vivem nos países de economia
avançada (Europa e Estados Unidos), pois lá, em especial nos europeus,
aumenta-se cada vez mais o emprego informal, temporário, de má
qualidade, ou trabalhos de subsistência. Esse cenário tem gerado
desânimo e protestos contínuos da juventude.
O diretor de Política da OIT, José
Manuel Salazar-Xirinachs, chamou a atenção dos países, para que esses
passem a investir em políticas de inclusão dos jovens no mercado de
trabalho.
“Estes números sublinham a necessidade
de centrar as políticas no crescimento, melhorias significativas nos
sistemas de educação e qualificação, além de ações contra o desemprego
para jovens”, disse Salazar-Xirinachs.
Desemprego por regiões
O norte da África também passa por uma
situação extremamente preocupante, com a taxa de 23,7%. Nos Estados
Unidos, o desemprego juvenil alcançou a margem de 16,1%. Na União
Europeia e países desenvolvidos, o desemprego entre os jovens atinge os
17,9%, a taxa se agrava na zona euro, alcançando os 24%.
Entre os países europeus, a Grécia é o
que apresenta maior taxa de desemprego dos jovens, correspondendo a
55,2%. A Espanha aparece em seguida, com 53,1%, acompanhada da Itália,
com 35,2% e França, com 23,7%.
Os jovens são os mais atingidos pelas
medidas de austeridade fiscal que tentam conter, inutilmente, a maior
crise da história do sistema capitalista. A resposta a esta situação não
poderia ser outra se não os protestos por toda a Europa e EUA. Na
última terça (01), quando se comemorou o Dia do Trabalho, milhares de
jovens da Grécia, Itália, Espanha, Portugal tomaram as ruas pedindo o
fim da austeridade e mais investimento em políticas sociais.
Em contrapartida, os países latinos se
destacam no relatório. Entre 2011 e 2012 a desocupação dos jovens
latinos foi reduzida de 17,6% em 2003 para 12,9% atualmente.
Brasil reduz desemprego juvenil
Em 2002, no primeiro ano de mandato do
ex-presidente Lula, o Brasil tinha um total de 22,6% dos jovens
desempregados, reduziu o índice para 13,2%. O resultado teve uma leve
melhora se comparado com 2011, quando a margem de desemprego era de
13,4%. Mas, destaque seja feito, parte dos jovens ainda vivem numa
situação de subemprego, com salários baixos e altas jornadas de
trabalho.
Alternativas para conter o desemprego
Segundo a OIT, para reduzir o índice de
desocupação dos jovens é preciso enfrentar os desajustes que existem
entre a educação e o mercado de trabalho, e apela para que os países
coloquem em prática estratégias que permitam avançar rumo a uma formação
que responda melhor às vagas disponíveis, com uma visão prospectiva
sobre as oportunidades de emprego que poderiam abrir-se no futuro.
Infelizmente a OIT erra feio na
proposição para combater o desemprego juvenil. Na Europa, por exemplo, a
falta de acesso a educação de qualidade e de qualificação profissional
dos jovens não é um problema, os altos índices educacionais europeus
são conhecidos, o problema do desemprego é a grande crise capitalista
que joga nas costas da maioria da população a responsabilidades pelas
aventuras do mercado financeiro e dos grandes branqueiros.
Os bancos nos EUA já começam a obter
lucro depois da forte queda, esta recuperação financeira só foi possível
pelos volumosos recursos transferidos do banco central americano para
estas instituições, no auge da crise o pacote de salvamento para os
banqueiros foi de 700 bilhões de dólares, em contrapartida, o desemprego
disparou nos últimos anos.http://ujs.org.br/portal/?p=15020