Cerca de 18% dos brasileiros admitem entrar em pânico se ficarem sem o aparelho
Rio -
Celulares supermodernos estão entre os presentes
de Natal mais populares. Você mesmo pode ter ganhado um. Mas cuidado,
pois a maior facilidade em obter estes aparelhos criou uma nova doença: a
nomofobia, síndrome que deixa a pessoa dependente da tecnologia. A
empresa francesa de pesquisa Ipsos revelou que 18% dos brasileiros
admitem ser viciadas nos seus aparelhos. Em outro levantamento, feito
pela revista ‘Time’ e pela empresa Qualcomm, 35% dos brasileiros
afirmaram consultar o celular a cada dez minutos ou menos.
Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia
Ficar longe do tablet ou do smartphone parece missão impossível para
muitos. A psicóloga Andreia Calçada explica que este vício atrapalha as
relações pessoais e profissionais: “A pessoa fica muito desgastada,
começa a não dormir direito e não dar atenção à família, para poder
ficar olhando o celular. Se esquece o aparelho em casa, entra em pânico.
Tudo isso prejudica a maneira com a qual ela vai se relacionar com os
outros”.
A psicóloga afirma ainda que a falta de contato com o aparelho causa
sensação de perda. “As pessoas acham que, por não estarem olhando a todo
instante o celular, estão perdendo o que está acontecendo. Têm a
sensação de estarem sendo deixadas de lado”, alerta.
Ainda segundo ela, dependendo do grau de uso, o smartphone pode causar
dependência química como qualquer droga. “Muitos criam um comportamento
obsessivo-compulsivo com o celular e precisamos tratá-los como
viciados”, diz Andreia . O especialista em administração de tempo
Christian Barbosa explica que é preciso achar um limite no uso dos
aparelhos eletrônicos. “Não adianta colocar o celular à frente da sua
vida pessoal. Temos que saber separar o uso exagerado do saudável”,
explica. Os aparelhos que possibilitam que se faça várias tarefas
simultaneamente prejudicam o rendimento profissional.
Dificuldade em separar real e virtual
A psicóloga Andreia Calçada alerta também para o fato de o uso indevido
dos aparelhos eletrônicos causar dificuldade na separação do mundo real
do virtual.
“Algumas pessoas simplesmente não conseguem se desconectar. Mesmo
durante um jantar a dois, elas usam os aplicativos do aparelho para se
comunicarem”.
É assim com o operador de informática Vinicius Pereira, 32 anos, que se considera dependente do celular. “Minha mãe
e meus amigos reclamam todas as vezes que saímos porque eu sempre estou
atualizando alguma coisa ou vendo alguma novidade. Mas não adianta, eu
olho e uso o tempo todo mesmo”, conta.
Para resolver o problema, Christian Barbosa avisa: esqueça que ele
existe. “As pessoas precisam guardá-lo na gaveta mesmo. Desativar as
notificações e deixá-lo longe. Assim, vai amenizar a dependência pouco a
pouco”.http://odia.ig.com.br/portal/cienciaesaude/v%C3%ADcio-em-celular-atrapalha-vida-familiar-e-profissional-1.528918