A nova presidenta da Petrobrás,
Maria da Graça Foster, nasceu num favela. Sua infância foi vivida no
Morro do Adeus, no Rio de Janeiro, que hoje integra o Complexo do
Alemão.
Até os 12 anos, ela catou papel e lata
na rua para custear os estudos, como narrou recentemente em entrevista
ao jornal Valor. Há mais de três década na Petrobrás Graça sucederá a
José Sérgio Gabrielli, que dirigiu a estatal no ciclo mais importante
desde sua criação, nos anos 50.
A mulher que assume esse patrimônio
histórico sabe onde o Brasil grita e precisa ser ouvido. O Brasil pobre
hoje grita em ‘Pinheirinho’, por exemplo, a ocupação de quase seis mil
pessoas, violentamente despejada neste domingo em São José dos Campos
(SP).
No momento em que a truculência do
dinheiro e o menosprezo conservador pelos excluídos produz uma tríplice
aliança entre o poder judicial paulista, o governo do Estado e a
administração tucana de São José dos Campos, é valioso saber que dentro
do governo existem olhos e ouvidos que sabem onde o Brasil grita.
Reverter o arrasa-terra em ‘Pinheirinho’ seria a melhor forma de o
governo Dilma transformar a nomeação de Graça Foster mais do que numa
boa notícia: um símbolo de seu mandato, em defesa das meninas pobres que
ainda catam papel e lata nas ruas do país.
Fonte: Blog Rodopiou