O governo estadual começou a pagar, na última quarta-feira, o auxílio-transporte para os funcionários da Educação. O benefício - que deve variar de R$50 a R$90, de acordo com a carga horária do profissional - foi pago aos 72.169 funcionários da ativa, tanto professores como pessoal de apoio (merendeiras, serventes e auxiliares de biblioteca). No entanto, embora a medida venha a atender um pedido antigo da classe, o valor foi um dos fatores criticados pela diretoria do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação.
De acordo com Maria das Dores Pereira, a Dodora, uma das diretoras do sindicato, o valor estipulado seria ridículo e só atenderia - mesmo assim em parte - ao profissional de apoio.
- Nossa realidade não condiz com o valor de R$4,80 que eles estipularam por dia. Temos a maioria dos professores trabalhando em 16 tempos e o estado vai dar somente seis passagens, o que equivalente a três dias. O valor não atende à necessidade da maioria da classe. Além disso, boa parte se desloca por várias cidades, ou mesmo por vários bairros. O valor estipulado é ridículo - afirmou ela.
Dodora admitiu que a medida teve importância mas, segundo ela, a quantia nada mais teve que um caráter simbólico.
- Essa quantia em nada afetará o salário do estatutário significativamente, só serviu como manobra eleitoreira.
Estamos há muito tempo sem este benefício para aceitarmos uma quantia que, na verdade, é simbólica e não vai ajudar no transporte. O estado não foi sensível com os funcionários que moram distante e precisam usar mais de um ônibus para o deslocamento, não foi sensível com o professor que tem duas matrículas. Essa medida beneficia - e mesmo assim superficialmente - somente o pessoal administrativo - alegou.
Já para a deputada estadual Inês Pandeló (PT) - que vem apresentando emendas ao Orçamento estadual desde seu primeiro mandato sugerindo a implantação do auxílio - a medida ainda não seria a ideal, mas já representaria um avanço.
- Esta era uma reivindicação antiga dos profissionais, e por muitas vezes indicadas por mim na Comissão de Orçamento. Ainda não é o ideal por não atender por completo, entre outros, aos profissionais de duas matrículas, mas fiquei contente pelo fato de que as passagens aumentaram significativamente nos últimos anos - disse.
A deputada afirmou reconhecer que o beneficio ajudará mais ao pessoal de apoio que aos professores, mas ela lembra que estão nesta categoria (merendeiras e serventes, entre outras) os mais baixos salários e, portanto, não se poderia negar, segundo Inês, que o auxílio-transporte fará a diferença para estes trabalhadores.
Fonte:Diário do Vale