Psiquiatra alerta para excessos nas festas, que podem desencadear dependência química e comprometer tratamentos em curso


 


O fim do ano traz uma combinação intensa de celebrações, expectativas emocionais e mudanças de rotina. Relatórios nacionais e internacionais mais recentes, como o Vigitel 2023 do Ministério da Saúde e o Relatório Global sobre Álcool e Saúde 2024 da OMS (Organização Mundial da Saúde), mostram que o consumo abusivo de álcool cresce de forma expressiva nesse período, chegando a aumentar até vinte por cento em algumas capitais brasileiras.


O cenário também coincide com maior risco de recaídas entre pessoas em tratamento ou com histórico de dependência.


Para a psiquiatra Aline Sena da Costa Menêzes, do grupo ViV Saúde Mental e Emocional em Brasília, a vulnerabilidade tende a crescer justamente porque o período ativa estímulos conhecidos e emoções acumuladas. Ela explica que muitos pacientes que mantiveram estabilidade ao longo do ano podem sentir a pressão do contexto festivo.


Segundo ela, as festas ampliam a sensação de permissão para beber e reduzem o senso de limite. “Pacientes que estavam bem podem ser surpreendidos por gatilhos emocionais que não apareciam há meses”, explica.


 


Relatórios internacionais reforçam o alerta


O Relatório Global sobre Álcool e Saúde 2024 aponta que quarenta e um por cento dos adultos relataram episódios de consumo abusivo em interações sociais no último ano. Já o Relatório Mundial sobre Drogas 2024 do UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime) destaca que datas festivas costumam intensificar vulnerabilidades, especialmente no primeiro ano de tratamento.


Na visão da especialista da ViV, esse movimento é previsível e deve ser enfrentado com informação e suporte adequado. Ela afirma que não se trata apenas de estatística.


“Para quem está em tratamento, um fim de semana prolongado ou um encontro de família pode representar um desafio emocional enorme. Reconhecer isso ajuda a organizar estratégias de proteção antes que os riscos aumentem”, destaca a Dra. Aline.


Jovens ficam mais expostos às pressões sociais


O período festivo também é delicado para adolescentes e jovens adultos. A OMS reforça que o início precoce do consumo aumenta a probabilidade de dependência na vida adulta e aponta que festas abertas, viagens e eventos com pouca supervisão favorecem experimentação e excessos.


Segundo a médica, conversas abertas e orientação direta ajudam a reduzir riscos. Ele comenta que muitos jovens bebem para se sentir pertencentes ao grupo.


“Quando os adultos deixam claro que não há obrigação para beber e explicam os efeitos no organismo, isso já diminui a pressão social”, esclarece a especialista.


 


Sinais de alerta para familiares


Mudanças bruscas de humor, isolamento, consumo escondido, perda de controle sobre a quantidade ingerida e episódios de memória falha são sinais importantes.


Para quem já está em tratamento, sensações de desgaste emocional, conflitos familiares, ansiedade aumentada ou sentimento de obrigação social para beber exigem atenção adicional.


 


Planejamento e suporte fazem diferença


Para reduzir riscos durante as festividades, a médica recomenda que pacientes e familiares planejem previamente situações que possam causar desconforto.

Ela orienta que identificar gatilhos antes das festas, organizar alternativas sem álcool e combinar palavras-chave com pessoas de confiança pode ajudar muito. “Pequenos ajustes fazem diferença no final”, alerta.


A psiquiatra reforça ainda que buscar ajuda rapidamente ao notar sinais de vulnerabilidade é fundamental. Intervenções precoces evitam recaídas prolongadas e impedem a evolução para quadros mais graves.


“Passar pelas festas de fim de ano com segurança é totalmente possível quando existe apoio consistente e uma rede preparada para acolher”, finaliza.


 


Sobre a ViV Saúde Mental e Emocional


A ViV Saúde Mental e Emocional é o maior grupo de saúde mental do Brasil e oferece tratamento da baixa à alta complexidade, com cuidados personalizados e o propósito de melhorar a qualidade de vida de seus pacientes.


Presente em seis estados do País e no Distrito Federal (Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Espírito Santo e São Paulo), com treze instituições e mais de trinta unidades de atendimento com credenciamento de diversos convênios de saúde, a missão da ViV é elevar a vida ao seu melhor e integrar os lados físico, mental e social de cada paciente, com uma abordagem baseada no equilíbrio entre o científico e a sensibilidade humana.


Busca ser reconhecida como uma rede de excelência assistencial para saúde mental e emocional, contribuindo para redução do estigma no Brasil. Mais informações pelo número 0800 323 5088.