Pesquisa fomentada pela organização aponta o potencial das práticas circulares para gerar impacto positivo na esfera social, o S de ESG
Dezembro de 2025 – A Fundação ArcelorMittal, organização dedicada ao investimento social do Grupo ArcelorMittal no Brasil, acaba de lançar uma nova frente de trabalho, com foco na economia circular. A estratégia destaca o potencial de circularidade da indústria do aço, posicionando-a como vetor essencial para a transição justa rumo a esse novo modelo econômico, centrado no desenvolvimento humano.
Para direcionar o novo pilar de atuação, a Fundação ArcelorMittal encomendou um estudo aprofundado sobre a convergência entre o investimento social privado (ISP) e a economia circular (EC) no Brasil. O levantamento, realizado pela plataforma Ago Social, sublinha a relevância do ISP brasileiro, que movimentou R$ 5,4 bilhões em 2022, segundo o Grupo de Institutos Fundações e Empresas (Gife); e R$ 4,41 bilhões em investimento social corporativo (ISC) em 2023, conforme a Rede Bisc.
Em contraponto, os dados revelam que apenas o percentual entre 5% e 10% do movimento anual do ISP se conecta a práticas circulares, evidenciando a oportunidade de criação e aprimoramento de estratégias mais robustas de circularidade. A pesquisa demonstra, por exemplo, que o ISP tem a capacidade de se tornar um elo estratégico entre inovação econômica, regeneração ambiental e justiça social, mas fatores como a ausência de indicadores comuns de impacto social são desafios para a consolidação desse modelo. Outro ponto que chama a atenção é a baixa formalização de catadores, recicladores e cooperativas, registrada em somente 6,5% dos municípios, segundo o Atlas Brasileiro da Reciclagem, uma das fontes consultadas.
“Esse estudo é um presente para o terceiro setor e para as empresas. De forma inédita, ele aponta caminhos para ampliar a associação do investimento social privado à economia circular, fortalecendo a transição justa para uma economia de baixo carbono. Acreditamos que investir em pessoas nessa agenda gera dignidade, trabalho e respeito, um movimento totalmente conectado às diretrizes globais de desenvolvimento sustentável da ArcelorMittal”, declara Camila Valverde, diretora-executiva da Fundação ArcelorMittal.
A nova frente de trabalho está fundamentada em três blocos, todos focados na centralidade das pessoas. O primeiro deles diz respeito ao desenvolvimento de uma cultura de EC na indústria do aço, o que inclui o fortalecimento dos trabalhadores e comunidades e a redução das desigualdades. Na sequência, está o amadurecimento de processos, com foco em regularização, formalização, saúde, segurança e capacitação. Por fim, o terceiro eixo busca estimular a inovação dos negócios, articulando economia circular e economia criativa, por meio de tecnologias que gerem emprego, renda e soluções sustentáveis.
“Investir em um pilar voltado à economia circular, com foco no social, demonstra o alinhamento da Fundação ArcelorMittal e de todo o Grupo ArcelorMittal com as tendências globais de sustentabilidade e corrobora o propósito de gerar impacto positivo a partir de práticas regenerativas”, afirma Camila Valverde.
“A economia circular supera os modelos lineares de cadeia de valor vistos até então. Exatamente por isso, é regenerativa e gera valor para todos os envolvidos. A pesquisa aponta como o investimento social privado pode ser uma plataforma para que a justiça social esteja presente nesse novo paradigma econômico, consolidando-se como ferramenta fundamental para pautar pautas ações e políticas das empresas no Brasil e no mundo”, diz o CEO e cofundador da Ago Social, Alexandre Amorim.
Circularidade com impacto social - A indústria nacional do aço é um dos principais motores da circularidade no país, com a utilização de 9,2 milhões de toneladas de sucata ferrosa em 2023, segundo a pesquisa realizada pela Fundação ArcelorMittal. Nesse sentido, a reciclagem popular tem papel crucial. Em nível mundial, a transição para a EC oferece um potencial de até US$ 4,5 trilhões ao ano em oportunidades econômicas até 2030, conforme projeção da Fundação Ellen MacArthur, e pode gerar entre 7 e 8 milhões de empregos no mesmo período, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho.
A nova frente de trabalho está intrinsecamente ligada à performance do Grupo ArcelorMittal como um dos maiores recicladores de metal do mundo. Globalmente, a companhia processa cerca de 30 milhões de toneladas de sucata metálica por ano, dos quais cerca de 3 milhões (aproximadamente 10%) são reciclados no Brasil. Em âmbito nacional, no segmento de aços longos, 54% da produção do aço deriva da reciclagem de sucata.
Nos últimos três anos, a ArcelorMittal Brasil adquiriu cerca de 8,5 milhões de toneladas de sucata, material que foi retirado de aterros e reintegrado ao ciclo produtivo. Para isso, a empresa mobiliza uma vasta rede de infraestrutura com 20 pontos de recepção de sucata e 25 prensas móveis em todo o país, trabalhando com mais de 2 mil fornecedores e reciclando mais de 18 tipos de sucata.
Além da reciclagem direta da sucata, a ArcelorMittal investe na circularidade completa de seus resíduos industriais, transformando-os em coprodutos valiosos. Na unidade do Pecém (CE), a linha de coprodutos já conta com 40 itens diferentes, totalizando anualmente 1,9 milhão de toneladas que deixam de ser descartadas, incluindo escórias, agregados e carboquímicos. Esta unidade alcançou o marco de zero aterro no último ano, 100% de reaproveitamento dos resíduos industriais e foi pioneira no Brasil ao implantar a tecnologia BSSF (Baosteel Slag Short Flow) para a granulação de escória de aciaria. Essa inovação reduz o tempo de tratamento de meses para apenas 30 minutos, eliminando emissões e reforçando a sustentabilidade da indústria do aço nacional.
Já a unidade de Tubarão (ES), alcançou 4,6 milhões de toneladas de reaproveitamento de resíduos e coprodutos em 2024. Uma das iniciativas adotadas por Tubarão é a implantação do sistema de tratamento de efluentes Ecotar, que utiliza escória de aciaria como agente de tratamento. Além disso, os itens são aplicados em pavimentação e agricultura, incluindo linhas de asfalto, base de estradas e fertilizantes agrícolas, desenvolvidos em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). A unidade foi responsável pela primeira experiência no Brasil de recuperação de coprodutos por aglomeração a frio, retornando-os ao processo produtivo e substituindo matérias-primas naturais.
Sobre a Fundação ArcelorMittal
Há mais de três décadas, a Fundação ArcelorMittal é a organização dedicada a direcionar os investimentos sociais do Grupo ArcelorMittal – maior produtora de aço do país e líder no mercado global. Com o propósito de criar oportunidades, a Fundação ArcelorMittal busca promover o impacto social positivo, por meio da educação, do esporte e da cultura. Anualmente, cerca de 450 mil pessoas são alcançadas pelas iniciativas promovidas em cidades de todo o país. Saiba mais em famb.org.br.
Sobre a Ago Social
A Ago Social é a maior escola para empreendedores socioambientais do Brasil. Com mais de 20 mil alunos e pessoas alcançadas com suas aulas e formações, tem atuação fundamentada em três pilares: Conhecimento (com programas de desenvolvimento e canais de conteúdo), Conexões (por meio de uma comunidade ativa de alunos, professores e mentores) e Capital (a partir da gestão de investimento social privado voltado ao fortalecimento institucional de OSCs e negócios de impacto). A instituição oferece programas em diversas áreas do impacto social, combinando inovação permanente, metodologias próprias, corpo docente de referência e mentorias práticas que aceleram o desenvolvimento de quem busca atuar com propósito e gerar impacto real. Saiba mais em agosocial.com.br.