No Brasil, apenas 26% das pessoas com diabetes tipo 2 (DM2) atingem a meta glicêmica recomendada1-5. Este cenário evidencia uma lacuna no manejo da doença, especialmente considerado que o controle glicêmico inadequado está associado a maior risco de complicações cardiovasculares e renais4,5. Um estudo mostrou que uma demora de apenas um ano no ajuste do tratamento em pessoas cujo diabetes tipo 2 não estava sob controle pode elevar significativamente o risco de evento cardiovasculares, como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca e qualquer evento cardiovascular4. “As doenças metabólicas e cardiorrenais estão interconectadas. O controle glicêmico adequado e o rastreio precoce de possíveis complicações cardiorrenais possibilitam intervenções oportunas e eficazes”, 6-17 explica o Dr. Wellington Santana da Silva Júnior (CRM 5188/MA), Endocrinologista e Metabologista (RQE 2739) titulado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Falta de integração pode ampliar o risco de complicações graves
Abordagem integrada pode transformar o cuidado Estudos clínicos comprovam a proteção cardiorrenal conferida por alguns agentes antidiabéticos, como a empagliflozina. No estudo EMPA-REG OUTCOME, a molécula foi associada a uma redução de 38% no risco relativo de morte cardiovascular e de 55% no início de terapia renal substitutiva em comparação com o placebo em pessoas com DM2 e doença cardiovascular estabelecida16,17. A empagliflozina também foi estudada em outras populações. O estudo EMPEROR-Reduced, que incluiu pessoas com insuficiência cardíaca (IC) com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) ≤40%, com ou sem diabetes, evidenciou que o medicamento, em comparação com o placebo, foi associado a uma redução do risco relativo de 25% para o desfecho composto de morte cardiovascular ou primeira hospitalização por IC18. Já no estudo EMPEROR-Preserved, que incluiu pessoas com IC com FEVE >40%, com ou sem diabetes, o medicamento mostrou uma redução do risco relativo de 21% para o mesmo desfecho, em comparação com o placebo19. Por sua vez, o EMPA-KIDNEY, que incluiu pessoas com doença renal crônica, com e sem diabetes, demonstrou que o medicamento reduziu em 28% o risco relativo de progressão da doença renal ou morte cardiovascular, em comparação com o placebo20. "O manejo da terapia antidiabética com base em aspectos além do controle glicêmico, como a presença de complicações vasculares ou de um maior risco para desenvolvê-las, vem sendo preconizado pelas diretrizes médicas como a maneira mais efetiva de promover cardio- e nefroproteção para as pessoas com diabetes. Essa abordagem baseada em evidências beneficia a população com diabetes ao protegê-las da sua maior causa de morbimortalidade: as doenças cardiorrenais., afirma o especialista.
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