Em escolas de educação básica e bilíngue, atuação tem como foco o desenvolvimento emocional, acadêmico e profissional dos alunos
São Paulo, 03 de dezembro de 2025 – Celebrado em 4 de dezembro, o Dia do Orientador Educacional homenageia um dos profissionais mais estratégicos da escola na atualidade. Em um mundo em que profissões surgem e desaparecem rapidamente, competências mudam com velocidade e as crianças e jovens crescem em meio a altos níveis de ansiedade, os orientadores educacionais tornam-se fundamentais para apoiar estudantes e famílias na construção de caminhos acadêmicos, socioemocionais e carreiras consistentes.
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O que faz um orientador educacional?
O orientador educacional é o profissional responsável por acompanhar a trajetória acadêmica, emocional e social dos estudantes, atuando como mediador entre alunos, famílias e escolas. Sua função envolve apoiar o desenvolvimento integral dos jovens, promover uma convivência harmônica, identificar necessidades individuais, orientar escolhas acadêmicas e profissionais e contribuir para a construção de projetos de vida.
Para desempenhar bem esse papel, o orientador educacional precisa reunir competências como escuta ativa, empatia, comunicação clara, inteligência emocional, postura acolhedora, capacidade de mediação de conflitos, visão pedagógica, pensamento crítico e sensibilidade para compreender diferentes realidades, interesses e contextos familiares.
Muito além da resolução de conflitos, esse profissional também acompanha o desenvolvimento integral dos estudantes, ajuda a interpretar emoções, orienta escolhas, media expectativas familiares e atua como ponte entre currículo, aprendizagem e projeto de vida. “É essa combinação de habilidades humanas e conhecimento técnico que permite ao orientador criar ambientes seguros, fortalecer vínculos e favorecer aprendizagens significativas”, explica Ana Júlia Nunes Gonzalez, orientadora educacional do colégio Progresso Bilíngue Taquaral, de Campinas/SP.
O profissional é ainda um agente de construção de identidade, propósito e autonomia. “O orientador educacional ajuda os estudantes a compreenderem suas emoções, interesses e responsabilidades. É um trabalho de formação humana, que incentiva o autoconhecimento, equilíbrio e capacidade de fazer escolhas conscientes. Quando o aluno se sente acolhido, ele aprende melhor, relaciona-se melhor e cresce com propósito”, afirma Ana Júlia. No Progresso, o trabalho de orientação inclui conversas individuais, feiras de profissões, contato com especialistas e reflexões sobre interesses e habilidades. O foco é que o estudante construa um projeto de vida sólido, seja voltado à universidade, ao mercado de trabalho ou ao empreendedorismo, com autonomia e propósito.
Apoio socioemocional
Para Carlos Augusto Lima, orientador educacional do Brazilian International School – BIS, de São Paulo/SP, o papel do orientador educacional tornou-se essencial em um cenário em que crianças e adolescentes enfrentam sobrecarga de estímulos, comparações constantes, ansiedade e pressão por desempenho. Segundo ele, o trabalho começa pela escuta ativa e pela construção de vínculos genuínos, que permitem identificar sinais emocionais muitas vezes invisíveis à família ou ao próprio aluno.
“O orientador educacional é quem acolhe, observa e compreende o estudante para além do aspecto acadêmico. Atuamos na mediação de conflitos, na promoção da convivência ética e no desenvolvimento de habilidades como empatia, autorregulação e resiliência. É um trabalho diário de apoio emocional que ajuda o aluno a se conhecer, lidar com frustrações e construir segurança interna. Sem esse cuidado, a aprendizagem não se sustenta”, explica.
No BIS, esse acompanhamento socioemocional aparece em práticas como rodas de conversa, orientação individual, intervenções preventivas e projetos de autoconhecimento, que ajudam cada aluno a entender emoções, reconhecer forças e desenvolver equilíbrio em sua rotina escolar.
Personalização do ensino
Em um momento em que as escolas buscam adaptar o currículo às necessidades, interesses e planos de vida de cada estudante, o orientador educacional assume um papel estratégico para tornar a personalização do ensino realmente efetiva. É ele quem identifica o perfil de cada aluno, compreendendo suas habilidades, aspirações, ritmos de aprendizagem e áreas de desenvolvimento, para então articular com a equipe pedagógica as melhores oportunidades dentro do currículo flexível, seja em itinerários formativos, projetos interdisciplinares, disciplinas optativas ou atividades de aprofundamento.
Segundo Samuel Ferreira Gama Junior, orientador de carreiras da Escola Bilíngue Aubrick, de São Paulo (SP), essa mediação cuidadosa é o que transforma possibilidades acadêmicas em escolhas conscientes e sustentáveis.
“Personalizar o ensino significa oferecer caminhos, mas também ajudar o aluno a entender quem ele é e como pode aproveitar essas oportunidades. O orientador faz essa ponte: escuta, analisa e orienta, para que cada estudante construa um percurso alinhado aos seus interesses, às competências que deseja desenvolver e aos seus projetos de vida. Quando escola, família e aluno caminham juntos, as escolhas deixam de ser aleatórias e passam a ser intencionais e significativas”, afirma.
Na Aubrick, esse trabalho inclui mentorias individuais, discussões sobre projeto de vida, acompanhamento contínuo de desempenho, preparação para exames internacionais, além de projetos interdisciplinares que estimulam investigação, criatividade e protagonismo. Com o apoio do orientador, esses elementos deixam de ser apenas recursos pedagógicos e se transformam em uma trilha personalizada que fortalece tanto o desenvolvimento acadêmico quanto o socioemocional de cada estudante.
Preparação para escolhas de futuro: universidade, carreira ou empreendedorismo
Em um cenário profissional marcado pela incerteza no futuro e pelo uso crescente da Inteligência Artificial, o papel do orientador educacional torna-se ainda mais decisivo. Na Escola Internacional de Alphaville – EIA, de Barueri (SP), esse trabalho começa pelo entendimento profundo do estudante, suas forças, talentos, valores, interesses e ritmos de aprendizagem, para que ele possa construir um caminho de futuro que faça sentido para quem ele é hoje e para quem deseja se tornar.
Segundo a psicóloga, pedagoga e gestora da EIA, Ana Claudia Favano, o desafio não é direcionar escolhas, mas ampliar perspectivas, oferecendo ao aluno ferramentas para avaliar possibilidades como ingresso em universidades no Brasil ou no exterior, construção de carreira em áreas tradicionais ou emergentes e até a opção por trilhas de empreendedorismo, sempre alinhadas ao seu projeto de vida.
“Nosso papel é ajudar cada estudante a reconhecer seu perfil e suas aspirações, para que tome decisões consistentes e conscientes. Alguns se identificam com carreiras acadêmicas, outros com áreas tecnológicas, criativas ou científicas, e muitos descobrem vocação para empreender. A orientação educacional organiza esse processo: amplia o repertório, conecta oportunidades e dá segurança para que o jovem escolha seu caminho com clareza e propósito”, explica.
Na EIA, essa preparação inclui programas de desenvolvimento individual, construção de portfólios pessoais, mentorias especializadas, simulações acadêmicas e experiências que aproximam o aluno de diferentes áreas profissionais. Combinado ao currículo internacional e ao trabalho socioemocional contínuo, o orientador garante que cada estudante tenha suporte para transformar seus objetivos em trajetórias concretas, seja na universidade, no mercado de trabalho ou na criação dos próprios projetos.
Os especialistas
Ana Claudia Favano é fundadora e atual gestora da Escola Internacional de Alphaville. É psicóloga; pedagoga; educadora parental pela Positive Discipline Association/PDA, dos Estados Unidos; e certificada em Strength Coach pela Gallup. Especialista em Psicologia da Moralidade, Psicologia Positiva, Ciência do Bem-Estar e Autorrealização, Educação Emocional Positiva, Convivência Ética e Dependência Digital. Dedicada à leitura e interessada por questões morais, éticas, políticas, e mobiliza grande parte de sua energia para contribuir com a formação de gerações comprometidas e responsáveis.
Ana Julia Nunes Gonzalez é pedagoga formada pela PUC-Campinas e pós-graduada em Psicologia Escolar pela PUC-RS. Possui experiência docente em todos os segmentos da educação básica com ensino bilíngue. Atualmente atua como orientadora educacional do 9º ano e Ensino Médio, acompanhando o desenvolvimento acadêmico e socioemocional dos alunos e fortalecendo a parceria entre escola e família. Também lidera o pilar Future Pathways, que tem como propósito preparar os jovens para suas trajetórias acadêmicas e profissionais, desenvolvendo competências e promovendo, junto às famílias, escolhas conscientes sobre o futuro.
Carlos Augusto Lima é Doutor em Educação Matemática e mestre em Psicologia da Educação pela PUC-SP, pós-graduado em Psicopedagogia. Avaliador do PNLD, autor de livros, artigos, capítulos e organizador de livros. Atua desde 1989 na área da educação. Coordenador de curso desde 2011 em escolas da rede privada. É orientador educacional do Brazilian International School – BIS, de São Paulo, capital.
Samuel Gama é mestre em Educação (University of Chichester, UK), pós-graduado em Psicopedagogia (Instituto Singularidades); e bacharel em Língua e Literatura Portuguesa e Inglesa (Faculdades Metropolitanas Unidas) e Administração (The University of British Columbia, Canadá). Com mais de 15 anos de experiência, já ocupou cargos de gestão acadêmica, além de ter atuado como mentor de professores e formador em inovação pedagógica e examinador internacional do British Council. É conselheiro universitário de carreiras e orientador educacional do Ensino Médio na Escola Bilíngue Aubrick.