O Instituto Marielle Franco, ao lado de organizações como Conexão G, Fórum Estadual de Mulheres Negras RJ, Instituto Búzios, Movimento Mulheres Negras Decidem e ONG Criola, participa no próximo sábado (23), no centro do Rio de Janeiro, do Festival Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver.
O evento gratuito, realizado no Centro de Artes Calouste Gulbenkian, reúne nomes como Luyara Franco, Lúcia Xavier, Jaqueline Gomes de Jesus e Ana Paula Cruz, fortalecendo a mobilização em torno de pautas centrais para as mulheres negras, como o enfrentamento à violência racial e de gênero e a luta por justiça climática.
O festival faz parte das atividades preparatórias para a Marcha das Mulheres Negras, que será realizada em 25 de novembro e pretende levar um milhão de mulheres a Brasília. O evento pretende discutir as questões: "Por que marchamos?”; "O legado da Marcha de 2015, retomado em 2025, a partir da perspectiva de reparação e Bem Viver"; "O que é reparação na perspectiva de mulheres negras e qual reparação queremos?"; "Como alcançar e manter o Bem Viver, absorvido e reconstruído por Mulheres Negras cis e trans, que possui em sua composição diferentes perspectivas, estratégias políticas, modos de ver e existir no mundo, só plenamente possíveis em um mundo sem racismo, sexismo, violências?"
"O festival é um momento de celebração, mas também de reafirmação da luta histórica das mulheres negras. É a preparação para um grande encontro em Brasília, onde vamos ocupar as ruas e dizer, mais uma vez, que queremos reparação e um projeto de sociedade baseado no Bem Viver", disse Luyara Franco.
Sobre a Marcha
A mobilização reafirma seu compromisso com a luta contra o racismo patriarcal cis-heteronormativo, o sexismo e todas as formas de violência que marcam a vida das mulheres negras, quilombolas, indígenas, periféricas, lésbicas, bissexuais e trans.
Articulada por diversas organizações dos movimentos de mulheres negras, como a CRIOLA, a marcha é expressão de uma resistência histórica e coletiva que exige reparação pelos séculos de escravidão e exclusão, e propõe um novo projeto de sociedade fundamentado no Bem Viver - uma filosofia ancestral que valoriza a justiça social, a coletividade, a relação harmônica com a natureza e o respeito à diversidade.
Desde sua realização histórica em 2015, que reuniu mais de 100 mil mulheres na capital do país, a Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver se consolidou como um marco da luta antirracista e feminista no Brasil. Hoje, é muito mais que um ato: é uma plataforma viva de mobilização, formação e incidência política, construída a partir dos territórios e das experiências das mulheres negras em todas as regiões do país.
SERVIÇO
Festival Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver
Data: 23 de agosto
Horário: 10 às 18h
Local: Centro de Artes Calouste Gulbenkian
Endereço: Rua Benedito Hipólito, 125 - Praça XI, Rio de Janeiro
Inscrições: Sympla