Em um ano de operação no Rio de Janeiro, o programa já identificou 150 nódulos em 6 mil tomografias com apoio de um modelo que une tecnologia e cuidado multidisciplinar

 

 

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados mais de 32 mil novos casos de câncer pulmonar por ano no Brasil para o triênio 2023-2025, entre mulheres e homens. A doença ocupa a quinta posição em incidência no país e, em cerca de 85% dos casos, ainda é diagnosticada em estágios avançados. Pensando em diminuir esses números, o Programa Nódulos Pulmonares, iniciativa focada na detecção precoce do câncer de pulmão que combina inteligência artificial (IA) com um fluxo de atendimento multidisciplinar e humanizado, pretende expandir sua atuação para Salvador e Brasília.
 

Após completar um ano de operação no Rio de Janeiro, em parceria com a Casa de Saúde São José, o projeto da Oncoclínicas, maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina, já avaliou 6.000 tomografias de tórax e identificou 150 nódulos pulmonares, dos quais três casos de câncer foram confirmados. O Programa Nódulos Pulmonares analisa automaticamente laudos de exames de imagem e sinaliza alterações suspeitas, acelerando a triagem e o encaminhamento para avaliação especializada.
 

“O programa de cuidados para nódulos pulmonares da Oncoclínicas e da Casa de Saúde São José não só amplia as chances de cura ao antecipar o diagnóstico, como também reduz custos assistenciais já que o tratamento de casos avançados pode ser até duas vezes mais caro ao enfrentar um dos maiores desafios da oncologia: o tempo entre a suspeita e o diagnóstico definitivo”, afirma Tatiane Montella, oncologista torácica da Oncoclínicas Rio de Janeiro e coordenadora do programa na Casa de Saúde São José. “Além disso, o modelo oferece agilidade, previsibilidade e maior segurança na jornada do paciente, permitindo condutas médicas mais assertivas, evitando procedimentos desnecessários e gerando dados valiosos para a saúde pulmonar. É uma estratégia que impacta diretamente os desfechos clínicos e traz eficiência ao sistema de saúde, com potencial real de mudar o cenário do câncer de pulmão no Brasil”, complementa.
 

De acordo com um estudo da Fundação do Câncer, esse tipo de tumor gera um impacto de cerca de R$ 9 bilhões, considerando custos diretos com tratamento, perda de produtividade e outros cuidados com os pacientes. O diagnóstico precoce, além de ampliar as chances de cura, também contribui para a redução de gastos com terapias mais agressivas e prolongadas, gerando benefícios clínicos, sociais e econômicos.
 

Além dos diagnósticos confirmados, cerca de 10 pacientes seguem em acompanhamento, com investigações em curso e definição de condutas clínicas. Com a consolidação do projeto, a Oncoclínicas projeta a expansão do Programa Nódulos Pulmonares para outras regiões, incluindo Salvador e Brasília. A expectativa é replicar o modelo de sucesso e ampliar em duas vezes e meia o número de pacientes avaliados, promovendo maior acesso ao diagnóstico precoce em diferentes regiões do país.
 

Tecnologia e cuidado humanizado
A inteligência artificial utilizada no Programa Nódulos Pulmonares foi desenvolvida no Brasil pelo Dr. Henrique Guenka, coordenador do Centro de Diagnóstico por Imagem da Casa de Saúde São José, em colaboração com a Oncoclínicas. A tecnologia realiza a análise automática de todas as tomografias de tórax feitas na Instituição, identificando nódulos pulmonares com potencial de malignidade, mesmo quando os exames são solicitados por outras razões, como casos de resfriado.
 

“Desenvolvemos uma tecnologia capaz de identificar, com alta precisão, nódulos pulmonares em tomografias realizadas por qualquer motivo clínico mesmo em pacientes sem suspeita prévia. Esse recurso não substitui a avaliação médica, mas atua como um radar inteligente, antecipando investigações e permitindo um olhar atento para alterações que poderiam passar despercebidas”, explica Guenka. “A parceria da Casa de Saúde São José com a Oncoclínicas tornou possível aplicar essa inovação em um modelo de cuidado integrado, em que tecnologia e acompanhamento especializado caminham juntos para vencermos o câncer”, finaliza.
 

Em até 24 horas, a inteligência artificial realiza a triagem automática das imagens, que são analisadas inicialmente por uma enfermeira especializada responsável por filtrar os achados e avaliar o histórico clínico do paciente. Na sequência, um radiologista revisa as imagens selecionadas no máximo, em outras 24 horas, fechando o ciclo unindo a sensibilidade da tecnologia à precisão diagnóstica da análise humana.
 

Esse fluxo estruturado reduz significativamente o tempo entre a identificação incidental de um nódulo pulmonar e o encaminhamento para avaliação especializada, garantindo mais eficiência, precisão e possibilidade de intervenção precoce.
 

A jornada do paciente é acompanhada de forma coordenada: um concierge cuida do agendamento ágil de exames e consultas, enquanto um time multidisciplinar, formado por pneumologistas, cirurgiões torácicos e oncologistas, discute cada caso e define conjuntamente as condutas terapêuticas mais adequadas.
 

“O câncer de pulmão ainda é um dos mais letais justamente porque costuma ser descoberto tardiamente. Apesar de cerca de 90% dos nódulos pulmonares serem benignos, 10% podem estar associados a tumores malignos que exigem atenção imediata. Quando conseguimos antecipar o diagnóstico, aumentamos de forma significativa a sobrevida do paciente”, afirma a Tatiane Montella. “A inteligência artificial tem sido essencial nesse processo, ao permitir a identificação precoce de alterações suspeitas e evitar atrasos que poderiam comprometer o prognóstico", completa.
 

Inspirado em modelos de centros de excelência, como o Dana-Farber Cancer Institute e a Universidade de Barcelona, o Programa Nódulo Pulmonar já estuda a ampliação do uso da inteligência artificial para outras linhas de cuidado oncológico, contemplando novos subtipos de câncer.

 

Sobre a Oncoclínicas&Co

A Oncoclínicas&Co é o maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina, com um modelo hiperespecializado e inovador voltado para a jornada oncológica. Com um corpo clínico formado por mais de 2.900 médicos especialistas em oncologia, a companhia está presente em 45 cidades brasileiras e dois países, somando mais de 145 unidades. Com foco em pesquisa, tecnologia e inovação, o grupo realizou nos últimos 12 meses cerca de 698 mil tratamentos. A Oncoclínicas segue padrões internacionais de excelência, integrando clínicas ambulatoriais a cancer centers de alta complexidade, potencializando o tratamento com medicina de precisão e genômica. Parceira exclusiva no Brasil do Dana-Farber Cancer Institute, afiliado à Harvard Medical School, adquiriu a Boston Lighthouse Innovation (EUA) e possui participação na MedSir (Espanha). Integra ainda o índice IDIVERSA da B3, reforçando seu compromisso com a diversidade. Com o objetivo de ampliar sua missão global de vencer o câncer, a Oncoclínicas chegou à Arábia Saudita por meio de uma joint venture com o Grupo Al Faisaliah, levando sua expertise oncológica para um novo continente. Saiba mais em: www.oncoclinicas.com.