Cauê Ranif, Karollyny Morais e Paula Ricardo lideram projetos que promovem educação, cidadania e acesso a oportunidades para juventudes periféricas
A maior rede global de empreendedorismo social, a Ashoka, reconheceu três jovens do Rio de Janeiro como Jovens Transformadores 2025: Cauê Ranif, Karollyny Morais e Paula Ricardo. Com histórias de superação e forte atuação em suas comunidades, os três lideram projetos inovadores que impactam milhares de outros jovens, promovendo inclusão, protagonismo e transformação social. O reconhecimento se deu por meio da rede Ashoka Jovens Transformadores, que celebra iniciativas lideradas por adolescentes entre 15 e 21 anos que criam soluções para os desafios de seus territórios. Cauê, Karollyny e Paula foram homenageados no Festival LED, no Rio de Janeiro, e agora passam a integrar a rede global da Ashoka, ampliando o alcance de suas ações. Criado por Cauê Ranif Silva de Albuquerque, de 19 anos, o projeto YAAP Brasil nasceu do desejo de oferecer aos jovens das periferias o que o sistema tradicional não entrega: apoio integral, orientação e pertencimento. Morador da Favela da Coreia, em Senador Camará, Cauê enfrentou perdas familiares, violência e exclusão. Mesmo assim, conquistou uma bolsa de estudos e usou essa chance como impulso para criar a YAAP, que já impactou mais de 2 mil jovens com mentorias, cursos e espaços de escuta. “A transformação começa com coragem e com a decisão de não caminhar sozinho”, afirma. Seu sonho agora é levar a YAAP para escolas públicas de todo o Brasil e participar de competições internacionais com equipes formadas por jovens das periferias. Já Karollyny Morais de Lima, de 18 anos, também do Rio, decidiu enfrentar outro desafio urgente: a desinformação política entre os jovens. Após notar que seus colegas não sabiam responder a perguntas básicas sobre política, ela criou, ao lado da irmã gêmea, um canal no Instagram com conteúdos acessíveis sobre cidadania e governança. O projeto tem alcançado estudantes da rede pública com vídeos curtos e linguagem simples. “Aprendi a não me calar diante da ignorância e da desinformação. Quero que os jovens se sintam capazes de transformar o país, começando pelas suas escolas e comunidades”, diz Karollyny, que agora planeja expandir o projeto para mais escolas e medir seu impacto com dados concretos. A terceira jovem reconhecida é Paula Juliana Borges Frickes Ricardo, de 20 anos. Criada na periferia e marcada por uma rotina escolar repleta de dificuldades como o calor extremo, tiroteios e ausência de estrutura, Paula transformou a dor em ação. Após conquistar uma vaga no Colégio Pedro II e vivenciar a exclusão digital e informacional, fundou com outras três jovens o Access+, plataforma gratuita que reúne mais de 160 programas educacionais e oportunidades extracurriculares. O projeto já foi premiado internacionalmente, ficando entre os 13 melhores do mundo no BeChangemaker 2024. “O problema nunca foi falta de interesse dos jovens, é falta de acesso. Estamos aqui para mudar isso”, ressalta Paula, que trabalha para incorporar IA ao sistema e personalizar recomendações para cada estudante. O reconhecimento da Ashoka chancela o impacto real dos três projetos e dá visibilidade ao protagonismo jovem nas periferias brasileiras. Cauê, Karollyny e Paula compartilham uma mesma convicção: transformar o presente é possível desde que ninguém precise caminhar sozinho. |