No dia 12 de julho, às 13h, será realizada uma oficina de modelo vivo botânico, comandada pela artista Panmela Castro, na exposição “Direito ao Afeto”, no Pavilhão Victor Brecheret, no Parque da Catacumba, na Lagoa Rodrigo de Freitas. A atividade será gratuita e aberta a crianças e adultos de todas as idades.
Na oficina, realizada em parceria com a Rede NAMI, o público será convidado a desenhar e pintar flores e plantas do Parque da Catacumba ao lado da artista Panmela Castro, em um formato aberto e participativo. A artista contará um pouco sobre o seu processo de trabalho e sobre a escolha do tema, convidando o público a criar livremente seus desenhos, em um momento de experimentação, aflorando a expressão individual de cada participante.
“Quando desenhamos uma flor, estamos nos obrigando a parar e prestar atenção. É um gesto simples, mas que exige tempo e concentração. Nessa oficina, o desenho se torna uma forma de cuidado com a flor, com a nossa percepção e com as histórias que esse encontro pode despertar”, diz Panmela Castro.
O tema da oficina está ligado ao da exposição “Direito ao Afeto”, em cartaz até o dia 2 de agosto de 2025. Com curadoria de Keyna Eleison, a exposição transforma flores enviadas pelo público em pinturas feitas pela artista Panmela Castro, em um ritual de escuta, cuidado e presença. Inspirada em um manifesto elaborado pela artista, a mostra parte da premissa de que “o afeto não é privilégio – é um direito fundamental.” A frase sintetiza um percurso iniciado anos antes com a série “Mulheres Negras Não Recebem Flores”, nascida após a viralização do texto da escritora Gabriela Moura, que denunciava a exclusão afetiva de mulheres negras. “Sou uma mulher negra, e por muito tempo fui ensinada a não esperar cuidado. Essa exposição é uma forma de dizer que merecemos afeto, sim. E que merecemos recebê-lo em vida, em público, em gesto. Flores são só o começo”, afirma a artista.
Com realização do Arte Clube Jacarandá, Lagoa Aventuras e Panmela Castro Cultura e Arte, a exposição está instalada em um parque ecológico e convida o público a desacelerar e refletir sobre o que significa ser visto, celebrado e cuidado. A mostra também se conecta a discussões contemporâneas sobre os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis) e justiça climática. Segundo dados da ONU, mulheres negras e indígenas são as mais afetadas pelas crises ambientais.
SOBRE A ARTISTA
Panmela Castro é uma ativista e artista visual que tem como força motriz o afeto, as relações de alteridade e o senso de pertencimento. Sua prática abrange estudos de performance e se desdobra em diversas mídias, como pintura, escultura, instalação, vídeo e fotografia, unificada pela ideia como elemento comum em sua produção. Suas obras estão presentes nos principais acervos do Brasil e também em coleções internacionais. Com mestrado em Processos Artísticos Contemporâneos pela UERJ e pós-graduação no curso de Direitos Humanos, Responsabilidade e Cidadania Global pela PUCRS, Panmela é reconhecida internacionalmente por seu ativismo no combate à violência doméstica em sua instituição de direitos humanos intitulada Rede NAMI. A artista foi homenageada em inúmeros prêmios e listas incluindo o título de “Young Global Leader” do World Economic Fórum (2013), “150 Women That Are Shaking The World”da revista norte americana Newsweek Magazine (2012), DVF Awards (2012), Medalha da Ordem ao Mérito Cultural Carioca (2022), Prêmio Marielle Franco (2022), além de ter Hillary Clinton inaugurando uma galeria de artes e ativismo com seu nome na embaixada internacional de Mulheres da Vital Voices em Washington DC.
SOBRE A REDE NAMI
A Rede NAMI é uma organização que usa as artes para promover direitos, com foco no enfrentamento à violência doméstica. Criada em 2010 pela artista Panmela Castro, a NAMI atua na formação de uma geração de lideranças comprometidas com o fim da violência contra a mulher e fomenta o protagonismo das mulheres nas artes. A NAMI desempenha um papel fundamental no enfrentamento à violência doméstica, utilizando a arte para informar jovens estudantes e mulheres sobre seus direitos, fornecendo conhecimento e acesso às ferramentas de proteção necessárias. Ao longo de 14 anos de existência, a organização já impactou a vida de mais de 260 mil pessoas por meio de oficinas, eventos, exposições e programas de formação.
SOBRE O ARTE CLUBE JACARANDÁ
O Arte Clube Jacarandá foi fundado em 2014 por um grupo de artistas visuais amigos, que decidiu criar uma plataforma onde se pudesse discutir arte, fazer exposições, criar espaços de reflexão e editar publicações. Rapidamente a ideia ganhou corpo, com um evento na ArtRio daquele ano, e dali em diante foi realizada uma série de exposições, em diversos locais, e a publicação de oito edições da revista “Jacaranda”, com a participação de artistas, curadores e pesquisadores. O Arte Clube Jacarandá inicialmente ficou sediado em um palacete em Santa Teresa. Em 2016, se instalou na Villa Aymoré, um conjunto histórico de casas, tombado, no bairro do Catete. Desde 2023 tem espaço expositivo permanente no Pavilhão Victor Brecheret, no Parque da Catacumba, na Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro. Para 2025, está prevista a construção de uma nova sede, também no Parque, com projeto de Zanini de Zanine e Pedro Coimbra.
SOBRE O PARQUE DA CATACUMBA
O Parque da Catacumba passou a ser administrado integralmente pela Lagoa Aventuras em 2023, mas desde 2008 a empresa atua no local com atividades de turismo e aventura. O Parque é um amplo espaço bucólico com alamedas e praças que abrigam esculturas, mirantes, parquinho infantil, banheiros, bebedouro, bicicletário e fraldário. Um dos principais atrativos é a sua trilha para os Mirantes do Sacopã e Urubu. A história do local remonta ao início do século 20, com a Chácara da Catacumba pertencente à Baronesa da Lagoa Rodrigo de Freitas, que teria deixado em testamento suas terras para seus ex-escravizados, que passaram a ocupá-lo após sua morte. Em 1964, Carlos Lacerda, governador do então Estado da Guanabara, iniciou um processo de desmanche das favelas, removendo seus habitantes para “conjuntos habitacionais” distantes. Em 1970, na gestão de Negrão Lima, a favela foi removida e o local batizado de “Parque Carlos Lacerda”, em homenagem ao seu antecessor. A inauguração foi em 1979, pelo prefeito do Rio, Marcos Tamoyo. Depois da remoção da favela, o morro passou por um processo de reflorestamento, por um programa de contenção de encostas, ganhou diversas esculturas e um pavilhão para exposições artísticas. Na década de 1980, o Parque da Catacumba abrigou shows musicais e exposições gratuitos, ao ar livre, tornando-se um ponto importante de arte e cultura.
Serviço: Oficina de Modelo Vivo Botânico
Dia 12 de julho de 2025, às 13h
Entrada gratuita
Classificação: Livre
Pavilhão Victor Brecheret, Parque da Catacumba I Av. Epitácio Pessoa, 3000, Lagoa – Rio de Janeiro – RJ
Exposição Direito ao Afeto, de Panmela Castro
Curadoria: Keyna Eleison
Visitação: até 2 de agosto de 2025
De terça a sexta-feira: às 11h e às 15h (mediante agendamento prévio: https://lagoaaventuras.com.br/produto/exposicao-direito-ao-afeto/)
Sábados e domingos: das 10h às 16h (sem necessidade de agendamento)
Classificação indicativa: Livre
Realização: Arte Clube Jacarandá, Lagoa Aventuras e Panmela Castro Cultura e Arte