Especialista explica como revisar metas, reforçar os pontos fracos e usar os simulados a favor da aprovação nos vestibulares mais concorridos


 

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Julho marca a virada do calendário letivo e um ótimo momento para os estudantes que estão na maratona do vestibular colocarem a preparação sob análise. Passada a metade do ano, é hora de fazer uma pausa estratégica: revisar o que foi aprendido, identificar os pontos de dificuldade e ajustar o plano de estudos para a reta final.
 

Para Valma Souza, diretora do PB Colégio e Curso, instituição especializada em alta performance para vestibulares, a autoavaliação é uma das ferramentas mais importantes para quem quer alcançar bons resultados.
 

“Sem olhar para o que já foi feito, é impossível avançar com estratégia. O segundo semestre precisa ser guiado por dados e percepções reais, do estudante e da equipe pedagógica”, afirma.
 

Como fazer uma autoavaliação eficaz

O primeiro passo é analisar os próprios resultados nos simulados. Mais do que a nota final, é importante observar o desempenho por disciplina, os tipos de erro cometidos e a evolução ao longo dos meses.

Valma recomenda dividir a análise em três categorias:

  • Domino bem
  • Estou no caminho
  • Preciso melhorar

“O erro comum é insistir apenas nas matérias favoritas e negligenciar os conteúdos mais difíceis. Mas o vestibular cobra justamente a constância e o equilíbrio entre áreas”, diz a diretora.
 

A dica é montar uma planilha ou quadro visual para enxergar o progresso com clareza e distribuir o tempo de estudos de acordo com essa avaliação.
 

Reforçar os pontos fracos, com método

Identificar não basta. Depois de mapeados os conteúdos mais frágeis, é hora de entrar em ação. Segundo Valma, o ideal é intercalar essas matérias com as que o aluno já tem mais afinidade, para manter o ritmo sem sobrecarga emocional.
 

Outras estratégias eficazes:

  • Fazer revisões semanais com foco nos erros mais frequentes;
  • Assistir videoaulas de diferentes professores para ter novas abordagens;
  • Refazer questões erradas de simulados anteriores;
  • Utilizar técnicas como flashcards, mapas mentais e resumos ativos.

Simulados: espelho do processo

Além de medir o conhecimento, os simulados são um excelente termômetro emocional. A forma como o aluno lida com o tempo, o cansaço e o controle da ansiedade durante esses testes, é praticamente um ensaio para o dia da prova real.
 

“Estudantes que levam o simulado a sério aprendem a gerenciar o tempo de prova, a organizar as estratégias e a lidar melhor com a pressão. É o momento de testar tudo: conteúdo, técnica, controle emocional”, reforça Valma.
 

Por isso, a dica é não faltar nos simulados, resolver as provas como se fossem oficiais e sempre revisar o gabarito com atenção, tentando entender cada acerto e erro.
 

O poder da escuta ativa e do feedback

A autoavaliação não precisa (nem deve) ser feita sozinho. Valma lembra que conversar com professores, tutores e coordenadores pode abrir novas perspectivas e caminhos mais curtos até a aprovação.
 

“Às vezes, o aluno está insistindo em um método que não funciona, ou tem uma dúvida que o trava há meses. Quando ele se permite escutar e trocar com a equipe pedagógica, o avanço costuma ser rápido”, comenta.
 

Ela recomenda que os alunos aproveitem o momento para agendar conversas com a orientação pedagógica e serem honestos sobre o que têm sentido: cansaço, insegurança, dificuldade de concentração, etc.
 

Ajustar, mas sem recomeçar do zero

É comum, nessa fase, sentir que não se fez o suficiente e tentar recomeçar todo o plano de estudos. Isso, segundo Valma, pode gerar ainda mais ansiedade.
 

“O que precisa ser feito agora é ajustar, adaptar. Rever a rota, não apagar tudo. O esforço feito até aqui tem valor. O importante é aprender com o processo e seguir com consciência”, explica.
 

Checklist para ajustar o plano de estudos no segundo semestre:

  • Reorganize seu cronograma com base no que ainda precisa aprender;
  • Revise semanalmente os conteúdos mais difíceis;
  • Faça simulados como treino real;
  • Ouça seu corpo e respeite pausas, burnout não ajuda;
  • Converse com seus professores, tutores e coordenadores;
  • Inclua momentos de autocuidado e lazer com responsabilidade;
  • Acredite no processo: consistência vale mais do que intensidade.

“A reta final exige foco, mas também equilíbrio. Quem sabe onde precisa melhorar tem muito mais chance de chegar com confiança no dia da prova”, finaliza Valma.
 

Com organização, escuta e revisão inteligente, o segundo semestre pode ser o trampolim que faltava para transformar esforço em aprovação.