Resultados dos estudantes na OBAPO refletem compromisso da escola com o ensino antirracista e formação integral
Os alunos da Fundação Darcy Vargas (FDV) conquistam 20 medalhas em olimpíadas do conhecimento no primeiro semestre de 2025. O destaque vai para a Olimpíada Brasileira de Africanidades e Povos Originários (OBAPO), na qual os estudantes da instituição receberam 17 premiações e menções honrosas, evidenciando o compromisso da escola com uma educação voltada à valorização das culturas afro-brasileiras e indígenas. Além disso, alunos da FDV também foram premiados na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) e no Concurso Canguru de Matemática, com uma medalha de bronze e outro bronze e uma menção honrosa, respectivamente. Um dos protagonistas dessas conquistas é Bernardo Campos Nogueira Alves, de 13 anos, morador da Gamboa e estudante do 7º ano do ensino fundamental. Ele foi premiado em duas provas distintas: astronomia e africanidades. “Foi uma ótima sensação, porque você vê que está indo super bem nos estudos.”, conta Bernardo. Ele destaca que, além do esforço individual, o apoio da escola foi essencial: “Na outra escola que eu estudei, não consegui muitas oportunidades. Agora estou vendo muito mais assuntos aqui na FDV. Estou aproveitando isso para conseguir me desenvolver mais”. Outro estudante medalhista da OBAPO, Andrew Marciolino, de 17 anos, também relatou o impacto transformador da olimpíada. “Eu gostei muito porque era uma área que eu não conhecia muito, mas que é tão importante. Descobri muita coisa na preparação para a competição e nas aulas de educação antirracista. A escola me ajudou muito a ter esse repertório”, afirmou o aluno do segundo ano do Ensino Médio. Marciolino ainda destaca o valor simbólico da premiação: “Sou um jovem negro. Receber uma medalha numa prova de africanidade foi muito significativo. Fui para a prova com medo, sem saber como eu ia responder, mas parecia que eu estava participando de um quiz, porque foi leve, foi fluido. Isso diz muito sobre como a escola nos prepara”. Para o diretor pedagógico da Fundação Darcy Vargas, André Mantovani, os resultados não são por acaso: “Temos disciplinas específicas no nosso currículo, como Práticas Culturais da Pequena África e Educação Antirracista, que trabalham diretamente essas temáticas. Os resultados da OBAPO refletem um trabalho iniciado em 2023, quando começamos a pensar essas questões no nosso projeto político-pedagógico”. Mantovani ainda reforça que a participação em olimpíadas vai além da competição. “Uma medalha ou certificado externo valoriza muito o conhecimento do aluno. Para nós, também funciona como um termômetro do que estamos fazendo em sala de aula e uma forma de mostrar aos nossos apoiadores que estamos no caminho certo”. A expectativa da escola é ampliar a participação dos alunos em diferentes olimpíadas, apesar das limitações orçamentárias. “A OBAPO, por exemplo, foi uma grata surpresa. Descobrimos no decorrer do ano e conseguimos viabilizar a participação com o apoio de uma conselheira da escola. Foi a primeira edição e já tivemos um número expressivo de premiados. Isso mostra que o investimento em uma educação crítica e plural dá resultado”, conclui Mantovani. Para os alunos da FDV, as medalhas são mais do que reconhecimento acadêmico: são expressão de uma educação que valoriza a identidade, amplia horizontes e fortalece o protagonismo juvenil. |