Especialista lista erros comuns, estratégias de escrita e o que aprendemos com as últimas redações nota mil
Na edição de 2024 do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), apenas 12 estudantes conquistaram a nota máxima (1000) na redação, um número que representa uma queda expressiva em relação aos 60 participantes que alcançaram a nota máxima em 2023. Para Valma Souza, diretora do PB Colégio e Curso, colégio referência em aprovação no Rio de Janeiro, e listado na ranking de melhor pontuação do Enem 2024, o dado revela o grau de exigência da prova e como a redação continua sendo um dos maiores obstáculos e um dos maiores diferenciais para os estudantes. “A prova exige muito mais do que escrever bem. É preciso argumentar com lógica, respeitar a estrutura do texto dissertativo-argumentativo, propor uma solução viável e, acima de tudo, mostrar repertório sociocultural com coerência”, afirma Valma. O que as redações nota mil têm em comum? Nos últimos anos, os temas propostos pelo ENEM têm abordado questões sociais, culturais e estruturais do Brasil. Em 2024, o tema foi “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”, exigindo dos estudantes conhecimento sobre diversidade cultural, legislação, direitos humanos e o apagamento histórico de contribuições afro-brasileiras. Segundo Valma Souza, o segredo das redações nota mil não está em fórmulas prontas, mas na capacidade de desenvolver um raciocínio consistente, com ideias bem articuladas e argumentos fundamentados. “Quem alcança mil pontos costuma apresentar uma tese clara, repertório pertinente, argumentos sólidos e uma proposta de intervenção viável. É o equilíbrio entre conteúdo e estrutura que impressiona”, destaca a diretora. 5 erros que mais derrubam a nota da redação
Estratégias para se preparar desde agora Valma recomenda que os estudantes comecem a intensificar a produção textual no segundo semestre. “Uma redação por semana, com correção cuidadosa e reescrita, já faz muita diferença”, diz. Veja as dicas da especialista:
A importância do olhar pedagógico e da escuta ativa Outro ponto essencial, segundo Valma, é contar com o apoio da equipe pedagógica para evoluir. “A escuta dos professores é fundamental. Eles ajudam a identificar vícios de linguagem, erros recorrentes e a construir um repertório mais sólido e estratégico”, destaca. Ela reforça que as correções especializadas devem ser vistas como ferramentas de crescimento, e não como críticas. “É ali que o aluno aprende mais. A reescrita é parte indispensável do processo.” Redação: mais que pontuação, uma habilidade para a vida Dados mostram que chegar perto da nota máxima ainda é um feito raro. E mais: um diferencial competitivo importante para quem sonha com carreiras como Medicina, Direito, Engenharia e outras de alta concorrência. “Dominar a escrita é dominar o pensamento. Saber argumentar, propor soluções, defender uma ideia com clareza e respeito, tudo isso se aplica à vida em sociedade, ao trabalho e às relações”, finaliza Valma. |