Feira reuniu artigos desenvolvidos por cerca de 70 pacientes do Caps IA, do Caps AD e do Ambulatório Ampliado


A Secretaria Municipal de Saúde de Barra Mansa, por meio do Programa de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, realizou na manhã desta quarta-feira, dia 04, a primeira exposição com venda dos trabalhos desenvolvidos pelos usuários das oficinas terapêuticas do CAPS IA (Infantil e Adolescente), do CAPS AD (Álcool e outras Drogas) e do Ambulatório Ampliado de Saúde Mental, oferecidas no Centro e na Região Leste. A atividade aconteceu no Corredor Cultural, no Centro, e teve como objetivo valorizar a produção dos mais de 70 pacientes e seus familiares, além de incentivar a inclusão social e a geração de renda por meio da economia solidária.
De acordo com a supervisora do programa, Maria Elvira da Cunha, a ação representa mais do que uma simples exposição, simboliza um processo de fortalecimento da autoestima, da autonomia e da cidadania dos usuários da saúde mental. “A economia solidária é uma política pública que atravessa vários setores e, na saúde mental, ela tem um papel terapêutico essencial. As oficinas terapêuticas e produtivas permitem que os participantes se reconheçam capazes de criar, de trabalhar e de contribuir com sua própria renda, promovendo uma inclusão social real e transformadora”, destacou Maria Elvira.
Uma das expositoras, a paciente Daniele Régis de Medeiros, destacou a importância das oficinas no seu tratamento e a diferença que tem feito em seu dia a dia. 
- Eu comecei quando perdi meus pais, entrei em uma fase triste na minha vida, numa depressão muito profunda. Os trabalhos manuais me ajudaram muito nesse processo, pois contribuem para a nossa mente e também na parte financeira. Eu aconselho todas as pessoas que estão passando pelo que eu passei, e que ainda passo, para que procurem essa ajuda. Hoje eu estou me sentindo muito feliz pelo resultado e em estar aqui participando dessa feira expondo o meu trabalho, o que eu aprendi, o que eu estou aprendendo. Cada dia é um aprendizado – afirmou Daniele.
As oficinas acontecem uma ou duas vezes por semana, com grupos terapêuticos e produtivos compostos por pacientes, familiares, instrutores de arte e profissionais da saúde mental. As atividades incluem a produção de itens artesanais como sabonetes, tapetes, roupas para pets, baús decorativos, bonecas, brincos, imãs de geladeira e outros objetos feitos com materiais recicláveis, como retalhos, rolos de papel e revistas.
- Com os adultos, trabalhamos a autoestima e a valorização do fazer manual, para que eles possam se sentir motivados a comercializar suas produções e, com isso, investir em seus próprios projetos de vida. Já com as crianças e adolescentes, o foco está no lúdico, na criatividade, nas datas comemorativas e na autonomia, ou seja, tudo aquilo que contribui para seu desenvolvimento emocional e social – explicou Maria Elvira.
Ainda de acordo com a supervisora, a exposição no Corredor Cultural foi uma oportunidade para a população conhecer o resultado das oficinas e contribuir com a valorização das pessoas em sofrimento psíquico, por meio da aquisição dos produtos. O dinheiro arrecadado com as vendas será revertido para ações coletivas dos grupos, como passeios, materiais ou reinvestimento em iniciativas dos próprios participantes. 
- Cuidar da saúde mental é também promover dignidade, autonomia e cidadania. Quando oferecemos espaço e oportunidade para que essas pessoas se expressem e produzam, estamos construindo uma sociedade mais justa e inclusiva – concluiu.