Produzido com recursos da Lei Paulo Gustavo, curta-metragem reúne relatos de pescadores e moradores da região dos Lagos, que falam sobre a importância do Rio São João e os impactos da represa na biodiversidade e nos modos de vida locais.



Sustento, refúgio, sonho, amor. Essas foram algumas das palavras e sentimentos usados por pescadores para definir o que o Rio São João representa em suas vidas. São as Vozes do Rio São João, que podem ser ouvidas no documentário homônimo que será lançado no sábado (7) no Cine+, às 19 horas, na cidade de Casimiro de Abreu, região dos Lagos/RJ. 


Em tempo para o Dia Mundial do Meio Ambiente (5/6), o filme vem colocar os protagonistas desta história - quem vive em seu entorno e vivencia o rio de fato - no centro dessa conversa. Promovido através do edital da Lei Paulo Gustavo de 2024, a obra tem argumento e produção da educadora, jornalista e produtora cultural Tadzia de Oliva Maya, que também reside na zona rural da cidade e tem sua vida atravessada por essas águas. 


Tadzia começou seu trabalho com comunidades tradicionais em um projeto de extensão da UFRJ em 2006 e hoje faz parte da Articulação Regional de Agroecologia. “A água é um direito de todos, ela não é mercadoria. E eu sempre ouvi bastante essas histórias sobre o rio: de que falta a escada do peixe (dispositivos de transposição de peixes para que possam subir o desnível da barragem); de que algumas espécies de peixe acabaram; e do quanto esse rio é importante para a população. Então, quando veio a oportunidade pela Lei Paulo Gustavo, achei que era um bom momento de ouvir, amplificar e guardá-las”, explica. 


Para Tadzia, o documentário é uma forma de reconhecer a necessidade de preservar a história, modo de vida e relação das comunidades tradicionais com o rio. Histórias de memória, luta por preservação e também denúncia. “Apesar de não ter sido essa a intenção, a denúncia veio naturalmente nessas vozes. E achei que mereciam entrar no filme, sobretudo no momento em que o mundo vive agora”, diz ela, ao se referir à profunda e incessante crise climática mundial. 


O filme traz na fala das pessoas a denúncia de que a barragem construída no rio para fazer a represa de Juturnaíba acabou afetando a biodiversidade e colocou várias famílias em risco - como se viu em diversos casos de desastres ambientais ocorridos no país nos últimos anos. 


Para além disso, a obra promove ainda a oportunidade de passear pelas águas do Rio São João, desbravando este território pelo olhar dos protagonistas. “Falar do Rio São João é motivo de honra e orgulho para nós, pescadores. Ele é fonte de vida e deve ser preservado”, afirma Claudeci Borges, presidente da Associação de Pescadores do Rio São João, e um dos entrevistados. 


O filme é um curta-metragem de 18 minutos feito com base em entrevistas com pessoas das comunidades localizadas na foz do Rio São João, no assentamento da Reforma Agrária Sebastião Lan, na periferia de Casimiro de Abreu, e que trabalham na Feira Tradicional de Peixe. 


Serviço


Documentário As Vozes do Rio São João

Lançamento: Sábado, 7/6
Hora: 19h 

Local: Cine+ (Praça Jadylson Marchan de Araújo, Casimiro de Abreu)

Assessoria de Imprensa: Ellen Paes

paes.ellen@gmail.com

WhatsApp: (21) 98342.7111