Coreógrafo britânico promove residência artística no Rio com artistas locais e lança questionário aberto como parte do processo criativo de espetáculo internacional
Pela primeira vez no Brasil, o aclamado coreógrafo britânico Joseph Toonga apresenta o projeto internacional “The Body Black Festival: Joy Isn’t Always Joy”, que propõe uma reflexão potente e urgente sobre saúde mental de homens negros e pardos. A iniciativa inédita une dança, teatro e escuta ativa para transformar dor em arte, silêncio em narrativa, e experiências individuais em processo coletivo de cura.
Entre os dias 11 e 26 de abril de 2025, um elenco já selecionado de artistas brasileiros participa de uma residência imersiva no Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro e na Biblioteca Parque, desenvolvendo a dramaturgia da peça a partir de vivências pessoais e relatos reais.
O espetáculo, que integra o The Body Black Festival, surge do desejo de dar forma às histórias silenciadas de homens negros que lidam com depressão, solidão, ansiedade e estigmas. Em vez de partir de uma ficção, a obra se constrói em diálogo direto com a comunidade.
“Trago este trabalho ao Brasil porque acredito na força das vozes daqui. A arte precisa ouvir, não apenas mostrar. E essa escuta começa agora, com cada pessoa que compartilha sua história”, afirma Joseph Toonga.
Até julho: Questionário aberto escuta como ferramenta de criação
Como parte essencial do projeto, o público é convidado a preencher um questionário confidencial que aborda experiências com saúde mental, terapia, luto, estigmas e caminhos de cura. Voltado a homens negros e pardos, o formulário é uma convocação sensível à escuta e à partilha de histórias que raramente ganham espaço na mídia, nas políticas públicas ou mesmo nas conversas familiares.