Às vésperas do Dia das Mães, essa é uma situação vivenciada por milhares de casais brasileiros


 

As cardiopatias congênitas – malformações na estrutura ou na função do coração, que surgem durante o desenvolvimento fetal, afetam cerca de 30 mil crianças por ano no Brasil de acordo com dados do Ministério da Saúde de novembro de 2022. Desse total, 90% dos casos podem ser diagnosticados ainda durante a gestação, desde que sejam realizados os exames de pré-natal e o ecocardiograma fetal. Em casos específicos, a abordagem antes mesmo do nascimento, por meio de agulhas e cateteres, pode ajudar a diminuir o impacto negativo da malformação no próprio funcionamento do coração e dos demais órgãos.

 

Essa é a realidade vivida por Mariana Leonardo Carneiro, de 33 anos. No último dia 2, a assistente de Marketing deu à luz a seu primeiro filho, Gabriel, no Hcor. O recém-nascido, primeiro neto tanto da família materna como paterna, vem sendo acompanhado desde 20 semanas de gestação pelo ecocardiograma fetal, tendo submetido a exames pós-natais que confirmaram o diagnóstico e a um cateterismo terapêutico para tratamento da coartação da aorta, obtendo alta para a unidade de internação, onde se encontra acompanhado de seus pais, após uma semana na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal da instituição, referência nacional em cardiopatia congênita.

 

“Meu marido e eu ficamos bastante abalados quando tivemos a notícia de que seria necessário um acompanhamento especializado na gestação e que essa malformação poderia impactar o desenvolvimento de Gabriel. Tínhamos dúvidas e medo do que poderia acontecer, mas aos poucos fomos entendendo tudo e de que o nosso filho não corria risco de vida”, conta Gabriela.

 

Ainda segundo dados do Ministério da Saúde, 40% (12 mil) dos recém-nascidos com cardiopatias congênitas necessitam de procedimentos cirúrgicos ao longo do primeiro ano de vida. A cardiologista pediátrica do Hcor que acompanha Mariana e o bebê Gabriel desde o começo, Simone Fontes Pedra, explica que essas malformações do coração podem se manifestar de formas leves, moderadas e graves e, por isso, “o acompanhamento especializado desde o diagnóstico é indispensável e, em determinados casos, é preciso realizar procedimentos intrauterinos, antes mesmo do nascimento do bebê”.
 

Com poucos dias de vida, o bebê Gabriel já realizou o tratamento da cardiopatia pelo cateterismo e a expectativa dos pais é que ele tenha alta nos próximos dias e passe o primeiro Dia das Mães em casa, com a família.

 

Mariana Carneiro se casou, há 16 anos, com o namorado da época da escola. “Ser mãe sempre foi um sonho. Sempre tive vontade de ter filho, desde a adolescência. Esse foi um momento muito planejado. Meu marido e eu nos conhecemos há muito tempo e temos um relacionamento bastante estável, o que foi importante pra transformar nossa vontade em realidade”, relembra Gabriela.