Maria Aparecida, de 52 anos, obteve na Justiça a guarda provisória da
pequena Mirela Vitória, de 1 ano; família é acompanhada pelo Cras Verde
Vale

“Um coração tão capaz de amar sem pedir troco. E a verdade é uma só,
todo avô e toda avó é pai e mãe, só que em dobro.” A frase do poeta
Bráulio Bessa ajuda a ilustrar a história de Maria Aparecida Ferreira da
Silva, avó da Mirela Vitória Ferreira da Silva, de 1 ano. Ela assumiu a
guarda provisória da neta após a morte da filha. A avó é auxiliada pela
Prefeitura de Volta Redonda, por meio da Secretaria Municipal de
Assistência Social (Smas), através do Cras (Centro de Referência de
Assistência Social) do bairro Verde Vale.

A vida de Maria Aparecida mudou completamente após o nascimento da neta.
Ela atuava como catadora de materiais recicláveis, mas agora se dedica
ao cuidado integral de Mirela Vitória com a renda mensal do Programa
Bolsa Família. O benefício concedido pelo Governo Federal e outros
socioassistenciais municipais, como cesta básica/cartão-alimentação,
vaga na creche e demais direitos em favor da neta, foram concedidos à
avó por intermédio do Cras.

“Minha filha teve complicações após o parto. Quando a Mirela Vitória
recebeu alta do hospital foi encaminhada para a Fundação Beatriz Gama
(FBG), porque eu ainda não tinha a guarda dela. Eu saía da minha casa,
aqui no Verde Vale, e ia a pé até à fundação todos os dias para
visitá-la. Sou agradecida demais à equipe do Cras por toda a ajuda,
graças a essa assistência estou com a minha neta”, comentou Maria
Aparecida.

Antes do nascimento de Mirela Vitória, a avó já era acompanhada pelo
Cras no complemento alimentar da família, que mora em uma área de
vulnerabilidade social, através do Serviço de Proteção e Atendimento
Integral à Família (Paif).

“O Cras sempre me ajudou, assim como toda a comunidade. A Mirela é a
razão da minha vida, eu perdi a mãe dela e também uma outra filha. Isso
dói muito! Eu tenho dois filhos que moram comigo. Agora temos uma à
outra e que Deus me dê saúde para criá-la, mesmo com as dificuldades que
enfrento”, disse a avó, emocionada.

Festa de 1 ano da Mirela

Mirela Vitória completou 1 ano de vida no dia 26 de março e ganhou uma
festa surpresa da equipe do Cras Verde Vale. A iniciativa partiu da
coordenadora Mariângela Pereira, que acompanha a família desde o início.
  Ela destacou que Mirela faz parte da história do Cras, assim como o
Cras faz parte da vida dela.

“Não poderia deixar passar em branco uma data tão significativa para a
Mirela Vitória e a Dona Cida (avó). Essa família é especial pra nós pela
sua história, por isso, toda a equipe abraçou a ideia da festinha. Eu
também tive apoio de outras pessoas que doaram itens para o bolo, os
doces e a decoração. Eu pensei o seguinte: ‘estou fazendo essa festa
como se fosse para o meu filho’”, contou a coordenadora do Cras.

Um fato que chamou a atenção da avó Maria Aparecida é que as cores
escolhidas na decoração da festa – o rosa e o lilás – eram as preferidas
da mãe da Mirela Vitória.

“Uma coincidência isso, eu não tinha essa informação. A Dona Cida
comentou comigo no dia da festinha que fizemos aqui no Cras mesmo. E o
que me surpreendeu também foi ver a alegria da Mirela, ela estava
sorrindo o tempo todo”, disse Mariângela.

Serviço humanizado

A coordenadora ressaltou ainda que, através das intervenções do Cras, a
pequena Mirela Vitória teve seus direitos garantidos. A criança também
está sendo acompanhada pelo Programa Follow-Up da Secretaria Municipal
de Saúde (SMS). Com muito acolhimento e humanização, a equipe do Cras
Verde Vale vem fazendo a diferença na vida das famílias.

“A mãe da Mirela era dependente química e não tinha documentos. Quando
faleceu no hospital, providenciamos a documentação necessária para
garantir que ela pudesse ser sepultada com dignidade. Depois que a
Justiça concedeu a guarda para a avó, conseguimos ajudar também na
certidão de nascimento da criança para que fosse registrada com o
sobrenome da mãe/avó”, explicou a coordenadora Mariângela Pereira.

O Cras Verde Vale atende em média 200 famílias do bairro. Segundo a
coordenadora, a maior demanda é de vulnerabilidade alimentar.

A avó Maria Aparecida e a pequena Mirela Vitória são gratas pelo
atendimento recebido ofertado pela Prefeitura de Volta Redonda, e
relatam esse sentimento por meio da série “Gratidão Não Prescreve”,
idealizada e produzida pela Secretaria Municipal de Comunicação (Secom).