Os vencedores do projeto Ministério Público do Trabalho nas Escolas receberam, nesta terça-feira, o prêmio pelos trabalhos artísticos desenvolvidos no ano passado. Poesias, músicas, contos e desenhos colocaram em debate temas como trabalho infantil, aprendizagem profissional, saúde e segurança nas escolas, com destaque para o combate ao bullying. Participaram alunos e professores do 4º ao 9º ano, e a premiação ocorreu no auditório da SME. “O Ministério Público sai da sua rotina para construir esse projeto. E esse projeto foi feito com o protagonismo daqueles que são os mais interessados, que são os nossos jovens. Ao participar desse trabalho, nossos alunos nos passam o recado e ensinam como fazer políticas públicas que fazem sentido. Então, eles podem se orgulhar da contribuição que estão dando para a construção de uma política pública”, comentou Antoine Lousao, secretário municipal de Educação.
Ao todo, 116 escolas da Rede Municipal participaram do concurso. Foram cerca de 550 professores e 16 mil alunos refletindo, debatendo e produzindo desenhos, textos e músicas sobre trabalho infantil e proteção escolar. “O Brasil real é esse. O trabalho dos nossos alunos reflete esse Brasil real. Tenho certeza de que nenhuma criança ou adolescente começa a trabalhar pensando em si. Ele está pensando no dia a dia da sua casa. Então, essa parceria com o MPT traz esse debate tanto para os alunos mais novos quanto para os maiores, que estão às portas do Ensino Médio”, afirmou o subsecretário Hugo Nepomuceno. Vencedor pela terceira vez consecutiva na categoria música, o professor Wellington Castro vê o projeto como uma oportunidade de levantar o debate entre os alunos. Ele conta que auxilia na parte técnica da composição musical, mas são os alunos que tomam as decisões importantes na hora de criar as letras. “Desde a nossa primeira participação, quando usamos a história real de um aluno que teve que parar de estudar para trabalhar, o tema ficou bem aflorado entre os alunos. Esse trabalho serve para mostrar a eles que a educação é, de fato, o norte, é o que faz a diferença na vida da gente”, explicou Castro, que dá aula na Escola Municipal Silvia Araújo de Toledo.
“Eu tirei a ideia de um jornal que estava lendo. Nele, havia a história de uma menina que estava deixando de estudar para trabalhar. Os responsáveis têm ficado muito preocupados. Foi então que conversei com a professora, e ela me ajudou a escrever”, contou a aluna do 7º ano. |