Unidade será a primeira de biossegurança máxima (NB4) da América Latina e contará com investimentos de R$ 1 bilhão
Um bilhão de reais estão planejados pelo Novo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), do Governo Federal, para a construção do primeiro laboratório de biossegurança máxima no Brasil. O Laboratório Órion está previsto para ser inaugurado no final de 2026 em Campinas (SP). O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), administradora, já recebe o interesse do Instituto Butantan e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em colaborar com o complexo científico, além de outros institutos de pesquisa nacionais e internacionais.
O laboratório (NB4) será o primeiro no mundo a estar conectado a uma fonte de luz síncroton, o Sírius, e tem potencial para liderar pesquisas sobre patógenos de alta periculosidades e analisar estruturas microscópicas detalhadas de agentes infecciosos, inserindo o Brasil em uma posição de destaque na América do Sul e fortalecendo colaborações científicas globais.
Além disso, a Fiocruz também manifestou interesse no uso do laboratório, o que reforça o alinhamento do projeto com as demandas do Sistema Único de Saúde (SUS).
O Laboratório Orion terá 20 mil metros quadrados e contará com unidades NB2, NB3 e NB4. Será o primeiro laboratório da América Latina capaz de lidar com patógenos como o vírus Ebola, cuja letalidade atinge 90%, e o vírus Sabiá, responsável pela febre hemorrágica brasileira.
Atualmente, o Brasil não possui infraestrutura adequada para estudar esses agentes. O Orion possibilitará o desenvolvimento de diagnósticos, vacinas, tratamentos e estratégias de vigilância epidemiológica, além de subsidiar políticas de saúde pública.
Novo PAC
O projeto faz parte do eixo-temático Educação, Ciência e Tecnologia, do Novo PAC, no subeixo de Inovação e Pesquisa. Nessa temática serão aplicados ainda R$ 10,6 bilhões em construção de Centros e modernização de Equipamentos para pesquisa agropecuária, recuperação e expansão da infraestrutura de pesquisa científica e tecnológica em Universidades e ICTs (Pro – Infra) e fortalecimento da infraestrutura operacional das Organizações Estaduais de Pesquisa Agropecuária (OEPAS).
Formação e Capacitação
As equipes do CNPEM já estão em treinamento para operar em ambientes de alta biocontenção, com cursos no exterior e protocolos de segurança rigorosos. O projeto também utilizará técnicas avançadas de bioimagens e ferramentas analíticas, que estarão acessíveis à comunidade científica e a órgãos públicos.
Contribuição para a Soberania Nacional
Além de impulsionar a pesquisa em saúde, o Laboratório Orion fortalecerá o Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS), promovendo a autonomia nacional no enfrentamento de crises sanitárias. A nova unidade também apoiará avanços em ciência, tecnologia, defesa e meio ambiente.
O CNPEM, que já conta com os laboratórios de Nanotecnologia, Biossegurança e Biorrenováveis, e com o Sirius, consolida-se como um dos mais importantes complexos científicos do Brasil e do mundo. O Orion será uma ferramenta estratégica para promover a ciência de ponta e o desenvolvimento do país.