O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ), engenheiro Miguel Fernández, participou no último dia 15 de novembro – feriado nacional em homenagem à fundação da República – do Fórum Conexão 2030, dentro do inédito G20 Social. Criado pelo governo federal, quando o Brasil assumiu simbolicamente a presidência do G20, o G20 Social teve o objetivo de ampliar a participação dos atores não-governamentais nas atividades e processos decisórios do G20 que, durante a presidência brasileira tem por lema “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”. Pela primeira vez realizado no Brasil, o G20 foi ampliado também de forma inédita pelo G20 Social. Nada mais justo que a sociedade civil, quase sempre a mais impactada pelas políticas públicas, participe de alguma forma das decisões dos grandes líderes mundiais.

 

No workshop "Crea-RJ: 90 anos a serviço da sociedade, construindo pontes para o futuro", realizado no Armazém 1b, na Zona Portuária, Miguel Fernández destacou o protagonismo das engenharias ao fazer um retrospecto do Conselho desde a sua fundação, há 90 anos, atuando cada vez mais em defesa da sociedade, por meio por meio do trabalho dos profissionais de Engenharia, Agronomia e das Geociências. Um dos maiores do país, o Crea-RJ reúne cerca de 110 mil profissionais de 20 mil empresas.

 

“Pela primeira vez, o Brasil está sediando este que é o maior encontro mundial, reunindo os grandes líderes das 20 maiores economias do mundo. O Crea do Rio de Janeiro não poderia estar de fora dessa inovação que o Brasil trouxe, que é o G20 social, a fim ampliar a participação deste grande evento, deste grande encontro, não só para suas lideranças, mas também para sua população”, afirmou o presidente do Crea-RJ, no evento que reuniu de estudantes de engenharia a profissionais do setor.

 

Realizado pelo governo do estado e pela Secretaria estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, em parceria com a ONU-Habitat e GreenNova Hub, o fórum Conexão 2030 reuniu no G20 Social representantes da sociedade civil, do poder público local, do mundo acadêmico e de hubs internacionais de inovação para debater estratégias de aceleração da implantação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nos países.

 

Fernández lembrou que “diversos eventos estão acontecendo em paralelo, debatendo diversos temas e nós estamos aqui apresentando a importância do nosso conceito, nosso sistema profissional, nos últimos 90 anos da evolução e desenvolvimento dos setores das engenharias, agronomia e geociências no estado do Rio de Janeiro. Parabéns aos organizadores. Contem sempre conosco e que tenham aqui muito debate para o avanço do nosso planeta, do nosso país, do nosso estado e da nossa cidade”, afirmou o presidente do Crea-RJ.

 

Durante o workshop, Fernández ressaltou a importância da fiscalização do Crea-RJ, que defende o exercício legal da profissão, reduzindo os riscos das atividades profissionais das engenharias e, com isso, defendendo a sociedade. Os profissionais do Sistema Confea/Crea e Mútua trabalham diariamente em benefício da população, por meio de suas ações voltadas para a segurança, a qualidade e a sustentabilidade de obras, projetos e serviços: seja na construção de infraestrutura resiliente, no desenvolvimento de soluções inovadoras, nos desafios ambientais ou na promoção de práticas responsáveis que visam a um futuro mais sustentável e justo para todos.

 

Perguntado pelo engenheiro Wallace Ronda sobre os projetos tecnológicos em desenvolvimento no Crea-RJ, o presidente do Conselho reforçou que está “investindo pesado na parte tecnológica” e que o setor de fiscalização será um dos mais afetados positivamente. Miguel Fernández lembrou, por exemplo, que estão funcionando muito bem as tags que informam, por meio de QR Code, todas as informações sobre as Anotações de Responsabilidade Técnica (ART), que ajudam a rastrear os responsáveis técnicos por obras e serviços de engenharia em todo o estado. A tecnologia fez sucesso no Rock in Rio.

 

“Estamos usando a ART como instrumento de inteligência”, disse Fernández, lembrando que está sendo aperfeiçoado o sistema de cruzamento de dados com o Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj), que vai permitir a identificação de todos os responsáveis técnicos por equipamentos de manutenção de hospitais e clínicas. “Isso vai salvar vidas”, observou Fernández.

 

No workshop, transmitido online, o presidente do Crea-RJ também destacou a importância do Rio de Janeiro como berço do ensino das engenharias no país, além de polo de atividades econômicas que têm a engenharia como protagonista, como a extração de petróleo e gás e a produção de energia nuclear. Miguel Fernández ressaltou a atuação decisiva da engenharia na construção de grandes obras que alteraram de modo positivo a paisagem urbana do estado, como a Floresta da Tijuca, o Edifício A Noite, o Sistema Guandu, o Maracanã – que já sediou duas copas mundiais – a Ponte Rio-Niterói, o interceptor oceânico, o Sambódromo, o Porto do Açu e as usinas nucleares. A Ponte, que completou 50 anos em março, o Bondinho do Pão de Açúcar e o monumento do Cristo Redentor são algumas das grandes obras que compõem a logo destes 90 anos do Crea-RJ, com o lema “Construindo pontes para o futuro”.