A maior temporada de vendas do ano está se aproximando. Realizada anualmente na última sexta-feira de novembro, a Black Friday 2024 acontecerá no dia 29. De acordo com a Neotrust Confi, o consumo via e-commerce deve ser 9,1% maior neste ano, quando comparado com o registrado em 2023, o que traz otimismo para o cenário econômico global, principalmente na principal data do varejo.

Pensando nisso, Nícolas Nascimento, CSO da Social Digital Commerce, um dos maiores players do mercado de Full Digital Commerce do Brasil, listou abaixo os pontos cruciais desta final de campeonato no varejo. Confira:

  1. Quando os empreendedores devem iniciar a preparação?

No geral, não existe uma data exata, pois cada indústria ou varejo possui respectivamente o seu processo e especificidades. Neste sentido, há empresas que iniciam os preparativos logo após o Dia dos Pais, ou seja, ainda na segunda semana de agosto, enquanto outras finalizam o período já planejando a próxima edição com parceiros e fornecedores, por exemplo. 

Embora haja intervalos distintos, a premissa é a mesma: revisar e analisar todos os pilares do e-commerce, prioritariamente as partes estruturais, com antecedência suficiente para realização das mudanças e ajustes necessários, a fim de evitar surpresas.

“Oriento uma avaliação estratégica da estrutura tecnológica do e-commerce, sempre identificando qual plataforma está sendo utilizada, o servidor contratado etc. O ideal é que a estrutura seja invisível, isto é, que você nem perceba que ela exista, fluindo assim navegação e usabilidade naturalmente”, afirma o CSO. 

  1. Cartão Amarelo: atenção máxima aos desafios logísticos

A Black Friday traz um volume repentino de vendas em um curto período, logo garantir uma logística eficiente é um dos fatores decisivos. Considerada o coração do negócio e da operação, a logística inicia desde a aprovação do pedido até a separação, embalagem, envio e entrega para o cliente final, logo demanda inventários prévios e, sobretudo, estoques corretos tanto sistemicamente quanto fisicamente, a fim de evitar a falta de produtos.

“Busque não queimar a largada e desenvolver um plano estruturado de vendas. Além disso, revise os prazos de entrega diretamente com os parceiros logísticos, com o intuito de evitar experiências negativas, afinal quando nos comprometemos com o consumidor, ele aguarda o produto no período previsto”, destaca Nícolas.

  1. Não esqueça o esquema tático: como as campanhas e ações de marketing podem alterar o resultado final?

A dica máxima é olhar para o portfólio de produtos, a fim de definir quais e como eles serão promocionados ao longo da principal data do varejo. Isto é, realize um mix correto e estratégico dos itens promocionais.

Está mais que comprovado que uma promoção massiva nem sempre é a melhor estratégia, além de impactar diretamente a margem da operação. A abordagem de "Black November", que consiste em propagar diversas promoções ao longo do mês de novembro, possibilita criar inúmeras ondas de descontos progressivos, por exemplo. Estes podem ocorrer diariamente ou semanalmente, sempre pensando no mix de produtos versus promoção.

Otimizar as campanhas para maximizar a eficiência e minimizar os custos também é fundamental. Mapeie dados que demonstrem o comportamento, preferências e o histórico de compras dos clientes. Isto segmenta as recomendações de acordo com o interesse de cada público.

Além disso, sugerimos um mailing prévio e a utilização das mídias fora da sazonalidade, uma vez que os custos com mídia encarecem neste período. Em paralelo, acompanhar em tempo real métricas como taxa de conversão, abandono de carrinho, tráfego do site, tempo de permanência e volume de vendas, possibilita ajustes rápidos nas campanhas e até mesmo a resolução de desafios repentinos. 

  1. Pênalti da Black Friday: qual falta não cometer? 

A prática da "metade do dobro", em que os preços são inflacionados antes da Black Friday para simular descontos maiores, é fatal. Capaz de prejudicar a credibilidade das marcas, a prática é um erro clássico, afinal o consumidor brasileiro já entendeu como funciona a data e, justamente por isso, se programa a partir do monitoramento de preços, principalmente para itens com maior valor agregado.

Entre os cuidados adicionais, o erro mais despercebido entre os empreendedores está na logística reversa. “Lembre-se que como você vendeu mais, provavelmente terá mais devoluções, principalmente se operar com o segmento de moda, por exemplo. Com isso, a operação demanda programação e uma equipe extra durante aproximadamente um mês após a conclusão da Black Friday”,  pontua Nascimento.

E, por último, não faça campanhas promocionais somente com produtos que não dispõem de alto giro de estoque. O segredo está em ofertar os itens que estão sendo mais procurados pelos consumidores e, sobretudo, em garantir que esses estejam disponíveis em quantidade suficiente. Se possível, analise os dados de vendas e o comportamento dos clientes nas últimas edições para que haja campanhas promocionais direcionadas e até mesmo recomendações personalizadas.

Portanto, a Black Friday traz oportunidades para os varejistas reterem os clientes, estabelecendo assim um relacionamento duradouro, enquanto os descontos progressivos, aliado a produtos atrativos, proporcionam vendas mais sustentáveis e recorrentes.