Rio de Janeiro (RJ) - O Rio de Janeiro é o primeiro estado a ter todos os municípios com mapeamento geomorfológico elaborado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). São, ao todo, 92 cidades com mapas detalhados sobre as formas do relevo, características do terreno e da paisagem. Foram mapeados 43.750 m² em escala de semidetalhe (1:25.000). As cartas geomorfológicas foram reunidas em um único mapeamento, em formato digital e base contínua, disponível aqui.


Na plataforma interativa, é possível ter informações sobre a característica física do terreno, identificar padrões de relevo e formações paisagísticas, como mangues, planícies de inundação, restingas, montanhas e colinas. Esse conhecimento é essencial para compreender as potencialidades/fragilidades da região, apoiando assim o planejamento territorial e a gestão adequada de recursos naturais.

“Este mapeamento geomorfológico, por sua envergadura, é inédito no país. Uma unidade da Federação inteira nunca foi cartografada nessa escala e com tamanha precisão. Ter o mapeamento de todos os municípios é importante porque, com base nisso, é possível fazer políticas públicas a nível estadual”, explica o geógrafo Marcelo Dantas, coordenador do programa Cartas Geomorfológicas Municipais.
 

Fonte: SGB


A partir do mapeamento, é possível identificar se uma área tem aptidão para distintas atividades econômicas – como agricultura, expansão urbana ou turismo. Ou se, por outro lado, devido às fragilidades próprias do terreno, ele deva ser destinado à conservação ambiental, com sua biota nativa. As informações também ajudam a identificar áreas sujeitas a riscos naturais, como deslizamentos de terra, inundações e erosão do solo.

De acordo com a pesquisadora Gabriela Figueiredo, o trabalho é um marco e poderá apoiar gestores públicos, universidades e centros de pesquisa: “O mapeamento do Rio de Janeiro representa uma base do estado inteiro, consistida e integrada em escala de semidetalhe. Esse material pode ser usado para fazer um parecer para estudo de impacto ambiental, pode ser base para trabalhos universitários e apoiar outros estudos sobre questões ambientais, por exemplo”.

O SGB segue avançando com a elaboração das Cartas Geomorfológicas. Saiba mais sobre o programa.