A ABBC – Associação Brasileira de Bancos espera uma elevação de 0,50 p.p. na Selic na próxima reunião do Copom, que acontecerá entre 5 e 6 de novembro. Com a decisão, a taxa básica de juros ficaria em 11,25% a. a..
 

“A deterioração no quadro do balanço de riscos, desde a última reunião, manifestada na conjugação da resiliência na atividade econômica, sem indícios fortes de que estejam ocorrendo desaquecimento, no hiato do produto positivo e no mercado de trabalho aquecido, nas pressões na inflação corrente, com piora na composição das medidas qualitativas, na ampliação na desancoragem das expectativas inflacionárias e a significativa depreciação cambial, justificaria esse processo de intensificação no processo de aperto monetário”, avalia Everton Gonçalves, Diretor de Economia, Regulação e Produtos ABBC.
 

Adicionalmente à elevação de 0,50 p.p em novembro, a entidade projeta mais uma alta de mesma magnitude em dezembro, seguido por um ajuste de 0,25 p.p. em janeiro, o que levaria a taxa a 12,00% a.a.. Na dependência da evolução dos dados, a Selic permaneceria neste patamar até o 3T25.
 

Em suas comunicações, o Copom deve continuar dando transparência na fundamentação de sua decisão, principalmente, no que tange às perspectivas para a velocidade do processo de convergência da inflação à meta, em um contexto de elevadas incertezas e rigidez nas expectativas inflacionárias. “Ainda que não seja possível apresentar um forward guidance, é importante que o colegiado mostre as condicionalidades e garanta flexibilidade nas futuras decisões para a calibragem da política monetária, de forma a atenuar a volatilidade na estrutura a termo da taxa de juros, a reduzir os prêmios de riscos dos ativos locais e os impactos na atividade econômica”, conclui Gonçalves.