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Seminário da Esfera Brasil em Nova York aponta saídas para atração de investimentos e recuperação do Rio Grande do Sul

 

 

Secretário-executivo do Ministério da Fazenda afirma que equilíbrio fiscal é um dos principais passos para impulsionar recursos estrangeiros; especialista americano indica prioridades para a reconstrução de cidades afetadas por enchentes
 

A Esfera Brasil realizou o seminário “Conectando oportunidades, construindo o futuro", na noite desta segunda-feira, 13, no Rockefeller Center, em Nova York, em que foram debatidas propostas para a atração de investimentos estrangeiros para o país e para a recuperação do Estado do Rio Grande do Sul.
 

O especialista americano em recuperação de cidades após tragédias climáticas Thaddeus Pawlowski, diretor do Centro para Cidades e Paisagens Resilientes da Universidade Columbia de Nova York, afirmou que, para a reconstrução de regiões devastadas como o Rio Grande do Sul, é essencial agir em três principais pontos: ouvir as necessidades das pessoas afetadas, reconstruir o ambiente natural e ser transparente com prazos. “São as comunidades que realmente conhecem as suas verdadeiras necessidades. E é preciso trabalhar com empenho para que os recursos do governo sejam direcionados para atender a essas demandas”.
 

Responsável pela recuperação da cidade de Nova York após a passagem do furacão Sandy, em outubro de 2012, Pawlowski destaca que também é importante ser transparente com os que perderam as suas casas. “Uma das coisas mais difíceis é ter de dizer para uma pessoa que ela vai demorar um ano para ter o seu lar de volta. E, no caso do furacão Sandy, acabou demorando vários anos.”
 

A CEO da Esfera Brasil, Camila Funaro Camargo Dantas, abriu o seminário com o pedido de um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da catástrofe do Rio Grande do Sul e destacou a presença de Pawlowski. “Temos muito o que aprender com ele. Especialmente porque a COP30 acontecerá no Pará, no próximo ano, e teremos a chance única de protagonizar os debates globais sobre mudanças climáticas e mostrar que somos capazes de agir e liderar pelo exemplo.”
 

A Esfera Brasil reuniu no evento importantes lideranças políticas e empresariais, autoridades e integrantes do governo federal que debateram perspectivas de negócios e investimentos para o país. O presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, destacou o ambiente de negócios favorável no Brasil. “Hoje podemos dizer que temos no país segurança jurídica, democracia forte e com instituições que funcionam. E é isso que precisamos mostrar para o mundo, além de celebrar toda essa força da democracia das nossas instituições.”
 

No painel de abertura do seminário, “Brasil, o país do futuro”, o presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), o ministro Bruno Dantas, destacou o papel do órgão em três grandes eixos para contribuir com a viabilização dos investimentos no país: fiscalizar com o máximo rigor possível as finanças públicas, acompanhar todos os grandes projetos de infraestrutura e avançar com uma agenda que conecta o tribunal com um novo contexto mundial, desde a promoção da equidade de gênero até a adoção de medidas de combate às mudanças climáticas. “Mas é primordial saber se nossas finanças públicas estão organizadas. Se não, pagaremos um preço alto que se chama juros”, resumiu.
 

Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, também concordou que o equilíbrio fiscal é um dos principais passos para a atratividade do investimento estrangeiro. Ele agradeceu ao Congresso Nacional pela aprovação de projetos da agenda econômica e afirmou que o objetivo é continuar avançando por meio do diálogo, inclusive com os governadores, para os quais o governo “tem feito um amplo gesto”, segundo ele. “O que nos inspira é a construção democrática”, completou. “Há dez anos o Brasil tem déficit primário. O que a gente viu? Polarização política, baixo crescimento econômico, alto índice de desemprego. Em um ano, estamos provando que é possível fazer diferente. Precisamos seguir nessa boa empreitada de ajuste de contas”, completou.

 

Para Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, o país nunca teve um momento tão propício como o atual. “Não nos demos conta do quanto o Brasil conseguiu avançar nestas duas últimas décadas. Mas ainda temos um desafio gigantesco pela frente. Temos renda per capita baixa e carências sociais gigantescas, que sobrecarregam o Estado”. Segundo Gala, o peso do Estado precisa ser revisto. “A solução é melhorar a sofisticação produtiva da economia brasileira, pela nossa capacidade empresarial de gerar empregos de qualidade, salários mais elevados, para que essa sobrecarga toda não fique no Estado. Mas o Brasil está muito bem posicionado para isso”, concluiu.

 

Camila Camargo também afirmou no evento que a economia brasileira tem demonstrado bons indicadores econômicos, mas ponderou que é preciso o país melhorar o ambiente de negócios para atrair investimentos. “Não podemos esquecer que em 2023 a taxa de investimentos em relação ao PIB foi a menor desde 2019, e o nosso pleno emprego carrega consigo uma marca perversa da informalidade. Precisamos olhar com cuidado e fazer um diagnóstico. O que falta para conseguirmos mais investimentos e garantir emprego de qualidade? Melhorar o ambiente de negócios para atrair investimentos é um imperativo, até porque o poder público necessita da participação ativa do empresariado. E é aqui que a Esfera cumpre seu objetivo de ser: unindo as forças necessárias para o avanço.”

 

No painel “O caminho do investimento”, George Santoro, secretário-executivo do Ministério dos Transportes, afirmou que a pasta tem trabalhado na recuperação das concessões existentes, processo que acaba dando ao mercado mais segurança jurídica. “Conseguimos construir uma agenda que estamos chamando de otimização de contratos. Ou seja, queremos recuperar esses contratos de concessões estressadas, trazendo novos investimentos, com possibilidades de chegar a R$ 80 bilhões em cinco anos. Com isso, conseguimos dar uma sinalização para o mercado de segurança jurídica para esses contratos, e ter uma agenda positiva.”

 

O presidente da Apex (Agência de Promoção de Exportações do Brasil), Jorge Viana, destacou que, para atrair investimentos, é preciso dar importância e atender às demandas do consumidor. “Na hora de comprar, ele quer saber a origem do produto, se tem sustentabilidade ambiental, se tem programa social. Ninguém consome mais de qualquer jeito.”

 

Sobre a Esfera Brasil

 

A Esfera Brasil é uma organização criada para fomentar o pensamento e o diálogo sobre o Brasil e um think tank independente e apartidário que reúne empresários, empreendedores e a classe produtiva. O objetivo é gerar debates que permitam a construção de um país melhor por meio da promoção de diálogo entre empresas, governos e instituições para busca de soluções viáveis para as principais barreiras de desenvolvimento nacional. Desde a fundação em 2021 por João Camargo, hoje presidente do Conselho, o grupo organizou encontros com diversas autoridades, entre elas ministros, governadores, prefeitos, os presidentes da Câmara e do Senado, do Banco Central, do BNDES e dos principais partidos políticos do Brasil. A CEO da Esfera é Camila Funaro Camargo Dantas.