Especialista destaca cuidados que os pais devem ter ao liberarem celular para seus filhos, uso inadequado pode comprometer a saúde mental


Tendo início em 1995, a “Geração Smartphone” ganhou esse nome por se tratar da geração em que se expandiu o uso do celular. Naquela época, se iniciava a dependência tecnológica que vivenciamos hoje, o vício pelas telinhas, a modernidade e a autonomia que o smartphone proporciona. A expansão da tecnologia era visível, ninguém mais conseguia imaginar viver em um mundo onde a informação não era transmitida por uma pequena tela que cabia na palma da mão. 


No Brasil, uma pesquisa realizada em 2022, pela TIC Kids Online, do Comitê Gestor da Internet no Brasil, apontou que 92% da população com idade entre 9 e 17 anos era usuária de Internet no país, sendo o celular o dispositivo mais usado por crianças e adolescentes. Com o passar dos anos, pesquisas e estudos científicos comprovaram que o uso contínuo desses aparelhos tecnológicos estava trazendo consequências no desenvolvimento mental de crianças e adolescentes. 


A psicóloga clínica, Marta Bonfim, educadora parental e especialista em neuropsicologia, explica que muitas vezes o comportamento da criança ou do jovem, pode estar ligado ao uso frequente de aparelhos celulares e outras tecnologias. “Muitas vezes atitudes como raiva, revolta, tristeza, problemas com o desenvolvimento da fala, dificuldade em se socializar, sinais de ansiedade, etc, indicam que o uso desses aparelhos estão prejudicando a saúde mental deles”, afirma a especialista.


Os pais podem ajudar?


Dessa forma é necessário que algumas atitudes sejam tomadas pelos responsáveis: “Observe o comportamento dos seus filhos, isso pode ajudar a detectar problemas que às vezes passam despercebidos. Converse com eles e passe mais tempo juntos, atividades ao ar livre podem ajudar a tirar um pouco das telinhas e os pais a manterem uma boa relação. Monitorar o uso dos celulares e aparelhos eletrônicos, e observar o tipo de conteúdo que seus filhos andam consumindo. Esses e diversos outros hábitos podem ajudar a eliminar consequências que as tecnologias trazem para a saúde mental dessa e de outras gerações”, afirma a psicóloga clínica e educadora parental.


Caso seja observado qualquer um dos sinais citados, a especialista orienta procurar ajuda psicológica imediatamente. “É preciso que os pais reconheçam esses problemas e procurem ajuda psicológica para as crianças e jovens que apresentam esses sinais”, conclui.


Fonte: Marta Bonfim, Psicóloga Clínica, Neuropsicóloga, Educadora Parental, Embaixadora da Proteção à Infância e Juventude Master ESEPAS.