Serão realizadas intervenções em pacientes diagnosticados com obesidade que estão na fila do SUS em sete cidades
O Brasil é um dos países com as mais altas taxas de obesidade no mundo. São mais de 41 milhões de brasileiros obesos. Esse preocupante cenário inspirou a organização de uma força-tarefa de cirurgias bariátricas cujo objetivo consiste em alertar para um problema tão grave e também beneficiar pacientes obesos graves que aguardam pelo procedimento na fila do SUS.
A ação acontece em 4 de março, Dia Mundial da Obesidade, na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Hospital São Francisco da Providência de Deus no Rio de Janeiro, Hospital Geral Ernesto Simões Filho em Salvador, no Hospital Mackenzie, em Curitiba, no Paraná, Hospital Maria Braido, no ABC paulista, Hospital das Clínicas de Pernambuco no Recife e Santa Casa de Patos de Minas, Minas Gerais.
Parceria da multinacional Medtronic, referência global em tecnologia em saúde, com hospitais e médicos, essa força-tarefa deverá realizar no dia 4 de março um total de 92 cirurgias bariátricas minimamente invasivas. A empresa doou os dispositivos e acessórios necessários para a realização de cirurgias bariátricas por videolaparoscopia.
Na capital fluminense, estão programadas 10 cirurgias no HSF (Hospital São Francisco na Providência de Deus), na Tijuca. Para o cirurgião Fernando de Barros, Professor Adjunto do Departamento de Cirurgia da Universidade Federal Fluminense e responsável pela ação no Rio de Janeiro, os pacientes têm-se beneficiado muito do procedimento realizado pelo SUS.
Segundo o médico, as pessoas precisam entender que a obesidade é uma doença multifatorial com fundo genético que piora com o tempo, levando a sequelas e enfermidades graves, às vezes sem possibilidade de cura. “Além do impacto na saúde das pessoas, a demora do tratamento gera desgaste mental, social e financeiro para pacientes e para os cofres públicos. Estamos falando de pessoas que irão adoecer mais, podem precisar se afastar do trabalho ou não conseguem seguir com a vida profissional por preconceito”, alerta.
“A cirurgia bariátrica tem o potencial de transformar a vida das pessoas que lutam contra a obesidade. Colecionamos histórias emocionantes de pacientes que não conseguiam realizar tarefas simples, do dia a dia sem ajuda e agora, pós-cirurgia, retomaram o controle de suas vidas. É com muita alegria e responsabilidade que empenhamos esforços para transformar vidas”, afirma Frei Nicolau Castro, diretor geral do HSF.
A ação ainda contará com a chancela da SBCMB (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica).
Cirurgia minimamente invasiva
Diferentemente da cirurgia aberta ainda praticada na maioria dos hospitais do SUS, a cirurgia bariátrica laparoscópica a ser usada pelos médicos no mutirão é uma técnica menos invasiva e mais confortável para o paciente. O médico realiza a redução do estômago através de 5 a 6 pequenos 'furinhos' no abdômen, introduzindo os instrumentos necessários com uma microcâmera ligada a um monitor que permite a visualização e redução de parte do estômago.
Como é minimamente invasiva, este tipo de cirurgia tem um tempo de recuperação mais breve, com alta hospitalar antecipada e redução nas chances de complicações.
Segundo a vice-presidente da Medtronic no Brasil, Gisela Bellinello, o mutirão é uma iniciativa inovadora e necessária que comprova que parcerias estratégicas podem ampliar o acesso à saúde dos brasileiros.
“Temos como missão ampliar o acesso a novas tecnologias e tratamentos diferenciados, e disponibilizamos um dos portfólios de cirurgia metabólica e bariátrica mais avançados do mundo. Sabermos que estamos contribuindo para a saúde dos brasileiros é motivo de grande satisfação para a nossa companhia e nos motiva a expandir este projeto.”