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Campinas usa inteligência artificial para monitorar e assistir pacientes com dengue

 



Saúde começou a disparar avisos nos celulares dos pacientes, via WhatsApp, para verificar se há sinal de alerta e, caso necessário, reforçar orientação sobre busca por atendimento


A Secretaria de Saúde de Campinas começou a usar inteligência artificial (IA) para ampliar o monitoramento e assistência em saúde aos pacientes com dengue. Isso significa que toda pessoa diagnosticada ou com suspeita da doença após atendimento no SUS Municipal recebe via WhatsApp mensagem disparada pelo Chatbot que auxilia a Pasta a acompanhar as condições do paciente e, caso necessário, faz nova orientação sobre busca por atendimento e coloca o centro de saúde (CS) de referência em atenção.

O recurso passou a ser um instrumento adicional de assistência em saúde neste contexto de epidemia desde terça-feira, 12 de março. O sistema já disparou 3.142 comunicados aos telefones dos pacientes por meio da assistente virtual Ana, e 1.146 usuários responderam. Neste grupo que realizou interações, 413 foram orientados a retornar ao serviço de saúde.

Só recebe esta mensagem quem está com a doença ou tem suspeita, e passou por uma consulta em um dos 68 CSs ou pelas unidades de pronto atendimento (UPAs) e prontos-socorros da Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar.


Como funciona na prática?

Por meio do Chatbot, a Saúde verifica se este paciente apresenta sinais que mostram necessidade de retorno ao serviço de saúde, no período do segundo ao oitavo dia de sintomas.

Depois disso, duas perguntas são feitas pela IA. A primeira questão é se o paciente consegue se hidratar conforme a orientação em atendimento. Já a segunda pergunta faz referência a possíveis sinais de alerta, como tontura, dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramentos, irritabilidade, nervosismo ou fraqueza.

Caso o paciente esteja em um destes quadros, ele é orientado a procurar imediatamente por um serviço de saúde. Ao mesmo tempo, com objetivo de ampliar a atenção sobre o caso, os centros de saúde de referência são comunicados para intensificar o monitoramento destes pacientes.

O número usado pelo Chatbot é (19) 9-9604-3012. A Secretaria Municipal de Saúde destaca que a identificação se dá pela assistente virtual ANA - Acesso Fácil – Saúde Campinas.


Orientações sobre assistência

A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico sobre a causa do sintoma. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação.

Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em prontos-socorros de hospitais ou em unidades de pronto atendimento (UPAs).


Estatísticas

De 1º de janeiro até esta quinta-feira, 14 de março, Campinas registrou 18.371 casos confirmados de dengue e três mortes. Do total de pacientes diagnosticados com a doença, 2% precisaram ser hospitalizados por conta de complicações da doença.

Campinas registra pela primeira vez na história a circulação simultânea de três sorotipos da dengue: DEN 1, DEN 2 e DEN 3 . Desde o início de outubro ela tem apresentado condições climáticas consideradas ideais para desenvolvimento e proliferação do Aedes aegypti, transmissor da doença. A Saúde também observou aumento de casos confirmados de dengue nas últimas semanas, três mortes pela doença, e projeções indicam a possibilidade de Campinas alcançar o pico da epidemia no mês de abril.

A melhor forma de prevenção à dengue é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro para o mosquito. Os espaços que precisam ser verificados são latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados os vasos sanitários inutilizados.


Mutirão regional

Campinas participa neste sábado, 16 de março, do primeiro mutirão da Região Metropolitana (RMC) contra a dengue. A ação ocorre no Conjunto Habitacional Padre Anchieta e tem como propósito a eliminação de criadouros e orientação à população.


O que já foi feito

A Secretaria de Saúde informa que desde dezembro de 2023 já colocou em prática uma série de medidas consideradas adicionais, sobre o plano regular de prevenção e combate à dengue, que inclusive começaram a ser copiadas por outros municípios brasileiros diante do contexto do aumento de casos da doença. Neste ano, agentes de Saúde já visitaram 31,6 mil imóveis ao longo de seis mutirões e ações de visitas às residências que antecederam estes trabalhos específicos para orientar a população e eliminar criadouros do mosquito transmissor. O plano inclui uma Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e um novo site para divulgar informações.

Estatísticas do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) mostram que 80% dos criadouros estão nas residências.


Comitê de prevenção

Desde 2015 a Prefeitura conta com um comitê de prevenção e controle de arboviroses, que em 2023 passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. Ele reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos; Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa. No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde.

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