Estratégias como a imunoterapia e terapias de drogas-alvo reduzem a toxicidade do tratamento e melhoram a qualidade de vida dos pacientes
O Dia Mundial do Câncer, que acontece em 4 de fevereiro, se aproxima com boas notícias: avanços científicos e tecnológicos trazem novas perspectivas em relação ao combate à doença. São novidades que colocam o tratamento oncológico em outro patamar: reduzem os efeitos colaterais, são mais precisas ao atacar o tumor e preservar estruturas saudáveis, elevam as chances de cura para inúmeros casos e tornam possível o aumento da sobrevida e da qualidade de vida de pessoas com tumores mais avançados.
De acordo com o médico oncologista do Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS), Dr. Humberto de Matos, entre as estratégias de tratamento que estão mudando drasticamente a história da doença deve-se citar, principalmente, a imunoterapia e as terapias de drogas-alvo.
Imunoterapia e terapias de drogas-alvo
A imunoterapia é uma forma de tratamento do câncer que utiliza o sistema imunológico do próprio paciente para combater as células cancerígenas. O objetivo é estimular o sistema imunológico a reconhecer e destruir as células cancerosas. Começou a ser desenvolvida em 1890, mas avançou muito com novas técnicas e ainda é considerada uma abordagem promissora. Por isso, continua sendo objeto de intensa pesquisa e desenvolvimento na área oncológica. As formas mais avançadas e eficazes de imunoterapia que conhecemos hoje são a terapia com anticorpos monoclonais, inibidores de checkpoints imunológicos e as terapias celulares.
Já a terapia de drogas-alvo age de forma diferente: sua função é bloquear os “alvos” – pontos do corpo responsáveis pelo crescimento de tumores. Por ter ação focada e preservar as células saudáveis, oferece menos efeitos colaterais. “Usando um medicamento que bloqueia esse ‘alvo’, as chances de resposta ao tratamento e o aumento da chance de cura são enormes”, diz Matos.
Avanços em técnicas e aparelhos
Evolução das técnicas de imagem, como a tomografia computadorizada, ressonância magnética e PET-CT (equipamento que une os recursos da medicina nuclear e da radiologia e é capaz de detectar tumores em qualquer parte do corpo) também estão a favor dos pacientes com câncer. Essas tecnologias são usadas para o planejamento do tratamento e permitem, por exemplo, o desenvolvimento da radioterapia tridimensional. Assim, há uma melhora significativa na definição de “alvos” de tratamento, diferenciando-os de tecidos normais. Desta forma, os tratamentos tornam-se menos tóxicos.
As tecnologias permitem, ainda, uma precisão cada vez maior nas doses programadas. É o caso dos colimadores multilâmina, que moldam o campo de tratamento da radioterapia, e da arcoterapia volumétrica modulada, que modula a intensidade do feixe de radiação. Além de poupar estruturas saudáveis, isso reduz as margens de erro, oferece segurança nos casos em que é preciso aumentar as doses e melhora o resultado terapêutico, especialmente para lesões em locais críticos e desafiadores.
Abordagens combinadas de tratamento
Os tratamentos concomitantes ganham cada vez mais espaço entre os tratamentos oncológicos. O mais comumente utilizado é a combinação de quimioterapia e radioterapia - isso acaba potencializando o efeito da radioterapia sem precisar aumentar a sua dose. Outra associação também importante em alguns tipos de tumores é o uso de imunoterapia associada à quimioterapia, já que essa estratégia consegue aumentar a chance de resposta ao tratamento. Entretanto, a escolha do protocolo vai sempre depender do estado geral do paciente, do tipo e localização do tumor, além do grau de disseminação da doença.
“O futuro da oncologia está na medicina de precisão. Individualizar o paciente e sua doença, conhecer todas suas características, além de mutações genéticas que podem estar relacionadas, nos levará a tratamentos cada vez mais específicos, com menor toxicidade e com melhores resultados”, afirma Dr. Humberto de Matos.
Segundo o médico oncologista do IOS, o principal desafio na oncologia ainda é o diagnóstico precoce. Campanhas de conscientização para realização de exames preventivos, o acompanhamento de mulheres pelo ginecologista e de homens pelo urologista são fundamentais. Quando se diagnostica o tumor precocemente, aumentam exponencialmente as chances de cura. Um trabalho específico focado nas principais causas de câncer, como cigarro, dieta, falta de exercício e má alimentação, também é um desafio de todos.
Sobre o Instituto de Oncologia de Sorocaba
Referência há 28 anos em quimioterapias e infusões oncológicas e não oncológicas, o Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS), junto com o Hospital Evangélico de Sorocaba, integra o hub Sorocaba da Hospital Care, uma das maiores administradoras de serviços de saúde do país.
O Instituto possui uma equipe multidisciplinar altamente capacitada formada por médicos, farmacêuticos, nutricionista, psicóloga e enfermeiros. Com estrutura completa, conta com quartos individuais e acolhedores e atendimento humanizado.
O IOS tem acreditação internacional de qualidade pela ACSA (Agencia de Calidad Sanitaria de Andalucía) desde 2021. Foi a segunda instituição de oncologia no país a obter esta certificação.