No Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase (25/1), Ministério da Saúde alerta sobre a incidência da doença, principalmente entre os homens
Nesta semana acontece o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase (25/1), uma doença popularmente conhecida como lepra e que requer ações de conscientização e prevenção em todo o país. Afinal, segundo o Ministério da Saúde, em 2022 o Brasil registrou mais de 17 mil novos casos de hanseníase.
No ano anterior, em 2021, o total de diagnósticos atingiu 18 mil, com 11,2% dos pacientes classificados como grau 2 de incapacidade física, indicando lesões severas nos olhos, mãos e pés. O MS destaca a importância de ressaltar que a hanseníase é uma doença tratável e com possibilidade de cura.
A doença é considerada infectocontagiosa e atinge principalmente os homens. A transmissão é feita quando uma pessoa com hanseníase elimina o bacilo para o meio exterior pelas vias aéreas (espirro ou tosse), infectando outras pessoas.
“O diagnóstico é feito por meio de exames gerais e dermatoneurológicos, que identificam lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade, comprometimento de nervos periféricos e alterações sensitivas, motoras e autonômicas”, explica Antonio Rangel, enfermeiro da Vuelo Pharma.
Entre as doenças infecciosas, a hanseníase é considerada uma das principais causas de incapacidades físicas em razão do seu potencial para lesões neurais. Outro fator preocupante é que a doença causa dor, compromete a estética e pode até levar a amputações. O diagnóstico precoce é muito importante, já que, se tratada desde o início, a hanseníase não causa deformidades.
Segundo Rangel, a identificação tardia da doença resulta em lesões de pele, perda da sensibilidade protetora, diminuição da força muscular e deformidades visíveis nas mãos, pés e olhos. “As deformidades são uma das principais dificuldades de quem sofre com a hanseníase, devido ao preconceito e estigma social que causam”, explica ele.
Como identificar os sintomas?
Os primeiros sintomas são nos nervos periféricos, que causam formigamentos, dormência ou ardor nos braços, mãos, pernas ou pés. Na sequência, ocorre a diminuição da força muscular das mãos, pés ou do rosto.
Após alguns meses, ou até anos, surgem manchas na pele que podem ser de coloração esbranquiçada, avermelhada ou acastanhada. As manchas podem apresentar perda ou diminuição de sensibilidade, além de pele seca e queda de pelos. Podem surgir, ainda, nódulos (caroços) avermelhados e doloridos.
Tratamento
Felizmente, a hanseníase tem cura. O tratamento dura entre 6 e 12 meses e é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Diariamente, o paciente toma a medicação em casa e, uma vez por mês, vai à unidade de saúde receber a dose supervisionada. A partir do momento que inicia o tratamento, o paciente não transmite mais a doença.
Já o tratamento das lesões de pele pode ser acelerado com o uso de uma membrana especial a base de celulose que regenera a pele em tempo recorde. “A Membracel protege as terminações nervosas, diminuindo a dor, e não precisa ser trocada diariamente, o que proporciona mais conforto ao paciente”, relata o enfermeiro da Vuelo.