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42 Rio: Hackathon com foco em diversidade e temática ligada aos ODS premia jovens cariocas


 

Projetos vencedores propõem a criação de um mercado comunitário com moeda virtual, de um aplicativo para apoiar a jornada dos jovens da rede pública até o ensino superior, de um coworking exclusivo para mães e crianças e um app para conscientização sobre reciclagem. Desafio tecnológico premiou quatro grupos com montante de R$ 16 mil


 


 

RIO DE JANEIRO, 19 de dezembro - Criatividade e inovação, educação e cidadania, equidade e diversidade e meio ambiente e sustentabilidade foram as quatro categorias premiadas no primeiro hackathon da 42 Rio. O desafio tecnológico conferiu, ao todo, R$ 16 mil reais para os quatro projetos vencedores da ação realizada a partir da iniciativa 42, TURBINANDO O FUTURO.

 

O hackathon, focado em diversidade, contou com a participação de 1000 pessoas em suas atividades online e presencial. Com objetivo de levar a tecnologia para públicos diversos, esta primeira edição priorizou a participação de pessoas residentes de bairros periféricos, pessoas pretas e pardas, integrantes da comunidade LGBTQIAPN+ e mulheres.

 

A jornada contou com diversas atividades para desenvolver e sensibilizar os participantes dentro da agenda de tecnologia e desenvolvimento sustentável. Entre elas, uma Oficina de Inovação, Criatividade e Games foi realizada na Nave do Conhecimento, no Parque Madureira, e o Hackathon que contou com a participação de mais de 270 jovens.


A iniciativa, realizada pela 42 Rio, é patrocinada pelas empresas WILSON SONS, ICATU SEGUROS e VISAGIO por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro.


 

Desafios reais para problemas complexos


“Nada melhor do que desenvolver soluções para os desafios reais, seja com foco no bairro, na cidade ou no mundo como um todo. A tecnologia é um meio e as apresentações propostas durante o hackathon são possibilidades de transformação. Queremos muito que além dos vencedores, todos os participantes coloquem suas ideias para frente e contem com a 42 como alavanca para geração de impacto positivo”, pontua Hector Gusmão, fundador da 42 Rio, além de CEO e fundador da Bolder, empresa de inovação corporativa e idealizadora da iniciativa.


Conheça os projetos premiados

 

Segundo a FAO, 21,1 milhões de pessoas estão em situação grave de insegurança alimentar no Brasil. Isso representa cerca de 10% da população do país. Paralelamente, 32,8% estão em nível leve ou moderado. Pensando nisso, um dos grupos apresentou o projeto Alimentando o Futuro” que consiste em um mercado comunitário baseado em uma moeda virtual para pessoas de baixa renda e moradoras de comunidades.

 

“A fome traz impactos diversos para a sociedade, no âmbito social, como a perpetuação dos ciclos de pobreza e o aumento de índices de violência. Na saúde, pode gerar problemas cognitivos, estresse e depressão”, destaca Thalia Gomes, integrante do grupo responsável pelo projeto “Alimentando o futuro” ao lado de Gabriel Cruz, Hugo Dutra e Lucas de Souza.


“Todos os dias passamos por alguém que está passando fome. Dez em cada cem brasileiros estão em situação grave de insegurança alimentar e fazem uma refeição a cada três ou quatro dias”, afirma Thalia, integrante do grupo vencedor na categoria Criatividade e Inovação.


Na categoria de Educação e Cidadania, o projeto vencedor foi o “Faculdade para todos” que tem como objetivo democratizar o acesso ao ensino de qualidade e ampliar as oportunidades de jovens da rede pública terem acesso a formação de nível superior sem custos.

 

“Apenas um terço dos estudantes da rede pública conseguem ingressar na faculdade através do ENEM. Na rede privada, essa estatística sobe para 79%, segundo o IBGE. Isso acontece devido a fatores como a qualidade da educação pública, dificuldade de encontrar materiais didáticos direcionados, falta de incentivo nas escolas ou nas famílias, entre outros”, afirma Ericles Piana, responsável pelo projeto ao lado de Daniel Wing, Joan Veras, Johny Lira e Yasmim Athayde.


“Nossa solução consiste na criação de um aplicativo que vai funcionar como um agregador de conhecimento, com curadoria de conteúdos, testes de aptidão, com trilhas personalizadas através de inteligência artificial”, explica Daniel Wing, outro integrante do grupo “Faculdade para todos”.


Com objetivo de reduzir a discriminação associada à maternidade a partir da capacitação e apoiar a inclusão profissional de mulheres que são chefes de família, o projeto “Mães DiCria” foi o vencedor na categoria Equidade e Diversidade. A proposta consiste na criação de um co-working para mães com espaço lúdico para as crianças.


“Mais de 11 milhões de mães são chefes de família em situação de baixa renda e quase 5 milhões estão fora do mercado de trabalho”, afirma Larissa Scudiere, integrante do grupo ao lado de Hellen Caldas, Júlia de Oliveira, Alexandra Silva.

 

A partir da reflexão do que se ganha com reciclagem, o projeto “TER - Technology Ecologic Recycling” tem como objetivo promover maior engajamento da sociedade civil na agenda de resíduos sólidos e logística reversa. A solução proposta consiste em um aplicativo que conecta pontos de coleta com a sociedade civil com uma proposta gamificada. Ao descartar os resíduos de forma correta nesses espaços, os usuários vão pontuando no programa que pode ser revertido em produtos ou serviços.

 

Durante o pitch no Demo Day, Amanda Leite, integrante do grupo, ressalta a importância de engajar grandes empresas nesta agenda.


“Queremos criar um ciclo do bem e estimular a cultura da reciclagem no Brasil”, afirma a participante responsável pelo projeto ao lado de Luana Francisca Gomes, Luiz Miguel da Silva, Paula Cristina e Victor Raphael Neves.

 

Indicadores de impacto

Entre os 277 participantes da Oficina de Inovação em Madureira e o Hackathon presencial, 52,7% são pretos, pardos ou indígenas e 31,8% são mulheres e 3,6% se identificam como gênero fluído ou não-binário. A idade média dos participantes é de 24 anos.

 

Em relação à distribuição geográfica dos participantes, 76,5% residem na cidade do Rio de Janeiro, enquanto 23,5% moram em municípios como Niterói, São Gonçalo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Nilópolis, Nova Friburgo, Itaboraí e outros. Mais de 50% não possuem ensino superior completo e 77,9% das pessoas não estão empregadas ou trabalham em período parcial. Das pessoas inscritas, 86,3% estão participando de um desafio tecnológico pela primeira vez. Além disso, 54,9% nunca tinham participado de outros processos seletivos ou iniciativas da escola de tecnologia e engenharia de software, a 42 Rio.

 

Formação gratuita e premiação


Para preparar os participantes, foi oferecido um curso virtual gratuito, focado em inovação. O projeto também realizou uma Oficina de Inovação, Criatividade e Games, que aconteceu em novembro na Nave do Conhecimento Madureira.

 

O Hackathon, que encerrou a formação, aconteceu no dia 17 de dezembro, na sede da 42, localizada na região da Marquês de Sapucaí. Os pitchs foram transmitidos também pelo canal do YouTube da 42 Rio. Em um formato Demo day, os participantes apresentaram suas ideias projetuais de tecnologia e impacto social desenvolvidos com base nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), agenda mundial estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU). Os especialistas integrantes da banca avaliadora compartilharam feedbacks sobre os projetos. Como parte da premiação, todos os finalistas terão acesso a formações na 42 Rio.


 

Jornada de transformação

 

A 42 tem como missão global transformar o ecossistema tech em um ambiente mais diverso, criativo, colaborativo e consciente, por isso, enquanto o setor cresce e sofre com a falta de qualificação, ela facilita a formação qualificada de pessoas para o mundo do trabalho, os chamados human coders, profissionais que além de altamente capazes tecnicamente, têm suas habilidades humanas também muita bem desenvolvidas, e apoia a entrada de pessoas não masculinas, negras, LGBTQIAP+ neste mercado. No Rio, 41% dos alunos se autodeclaram pretos e pardos e 22% não masculinos.

 

“Acreditamos que a diversidade e a inclusão são grandes ativos para o futuro. A formação de excelência para todas as pessoas, de forma totalmente gratuita, sem exigência de escolaridade e sem limite de idade, atrai uma multiplicidade de pessoas comprometidas para enfrentar o desafio de uma transição digital mais inclusiva e humana da sociedade, e com isso, gera uma sociedade mais aberta para o diferente e para a inovação”, revela Julia Kühl, Campus Manager da 42 Rio. Ela tem passagens pela Trybe e Arco Educação e hoje lidera a operação na cidade.


 

Sobre a 42

A 42 é uma das melhores escolas de programação e engenharia de software do mundo. A formação é gratuita e possui uma metodologia exclusiva e inovadora baseada na aprendizagem por projetos e no trabalho em equipe. Forma, em até 2 anos, futuras lideranças e talentos capazes de resolver problemas complexos e desenvolver tecnologias que serão a base da economia, sociedade e trabalho do futuro. A organização sem fins lucrativos presente no Brasil desde 2019 tem como missão ampliar o acesso a uma aprendizagem mais humana e busca transformar o ecossistema de tecnologia em um ambiente mais diverso, criativo, colaborativo e consciente.


Fundada em 2013 em Paris, a École 42 é uma iniciativa global de educação e inovação e possui hoje 50 campi em 29 países com mais de 18 mil human coders espalhados pelo globo. No Brasil a escola tem unidades em São Paulo e Rio de Janeiro.