Profissionais de saúde de Itatiaia participaram, nesta terça-feira (03/10), em Volta Redonda, de uma capacitação em teste rápido para a descentralização da assistência a pacientes com hanseníase. Dois enfermeiros, um fisioterapeuta e uma médica da Atenção Primária à Saúde realizaram o treinamento, ministrado pela Gerência de Enfrentamento à Hanseníase da Secretaria Estadual de Saúde. O objetivo é preparar profissionais para que sejam multiplicadores de conhecimento para o manuseio dos testes e sobre os protocolos e fluxos de atendimento, diagnóstico e tratamento.
De acordo com Graziele Diniz Freitas, Coordenadora do Programa de Hanseníase de Itatiaia, a qualificação é importante para a melhoria da assistência e detecção precoce da doença, além de possibilitar os encaminhamentos adequados dos pacientes. “Dados da Organização Mundial de Saúde apontam o Brasil como o segundo país do mundo com mais casos de hanseníase, ficando atrás somente da Índia. Desta forma a qualificação para a aplicação do teste rápido é primordial dentro dos protocolos de enfrentamento da doença e de suma importância para o diagnóstico”, destaca.
O teste rápido disponibilizado pelo SUS é recomendado para as pessoas que tenham contato direto com pacientes diagnosticados com hanseníase. Ele pode indicar qualitativamente a presença de anticorpos IgM anti-Mycobacterium leprae. O resultado é por análise visual, não sendo necessário o auxílio de outros equipamentos para leitura, com o resultado liberado entre 15 e 20 minutos.
Segundo Graziele os testes rápidos fazem parte de um novo projeto disponibilizado pelo Ministério da Saúde e que deverá ser implantado em Itatiaia nos próximos meses. “A hanseníase é uma doença infecciosa crônica e curável, que pode acometer qualquer pessoa. Quanto antes ocorrer o diagnóstico e o início do tratamento, melhor”, adianta a Coordenadora.
A hanseníase é uma doença caracterizada por alteração, diminuição ou perda da sensibilidade térmica, dolorosa, tátil e força muscular, principalmente em mãos, braços, pés, pernas e olhos, e pode gerar incapacidades permanentes. “A transmissão da doença se dá por meio de uma pessoa doente sem tratamento, pelas vias aéreas superiores (tosse e espirro). A hanseníase não passa por abraço, aperto de mão ou carinho e não é necessário separar as roupas, os pratos, os talheres e os copos”, conclui Graziele.